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Internacional
Sábado - 21 de Maio de 2011 às 13:14

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Cerca de 25 mil manifestantes desafiaram uma proibição do governo da Espanha e continuaram acampados durante a noite desta sexta-feira em uma praça da capital, Madri.

Os manifestantes protestam contra a política de austeridade econômica do governo, e vêm ocupando a área ao longo da última semana.

A Comissão Eleitoral da Espanha ordenou que os manifestantes deixassem a área antes de eleições locais, marcadas para este domingo.

A proibição entrou em vigor à meia-noite, mas as multidões continuaram no local, e a polícia não entrou em ação para desmobilizar o protesto.

  Pedro Armestre/France Presse  
Espanhóis continuam acampados na praça Puerta del Sol, em Madri, em protesto pela reação do governo à crise
Espanhóis continuam acampados na praça Puerta del Sol, em Madri, em protesto pela reação do governo à crise

A manifestação começou há seis dias na praça Puerta del Sol, de Madri, com jovens espanhóis sentando-se e preparando acampamento no local, para protestar contra o índice de 45% de desemprego entre a população jovem do país.

A multidão cresceu na capital, e os protestos se espalharam para cidades ao redor da Espanha.

Os manifestantes pedem emprego, melhores condições de vida, um sistema democrático mais justo e mudanças nos planos de austeridade do governo socialista espanhol.

"Eles querem nos deixar sem saúde pública, sem educação pública, metade de nossos jovens está desempregada, eles aumentaram a idade para a aposentadoria também", disse a manifestante Natividad Garcia. "Isso é um ataque contra o pouco Estado de bem-estar social que temos".

DESEMPREGO

Outro manifestante diz que se juntou aos protestos por não ter perspectivas de emprego, apesar de ter um diploma.

"As classes políticas devem saber que isso não está certo", disse Inma Moreno, 25.

Muitos dos participantes traçaram paralelos entre suas ações e os protestos pró-democracia no centro do Cairo, que culminaram com a derrocada do presidente Hosni Mubarak.

Manifestações políticas e comícios são proibidos pela lei espanhola antes de eleições, para permitir que a população tenha um "dia de reflexão".

Alguns manifestantes disseram temer que haja repressão policial, mas o ministro do Interior, Alfredo Perez Rubalcaba, disse que a polícia "não iria resolver um problema criando outro".

A repórter da BBC em Madri Sarah Rainsford disse que houve um momento de silêncio quando a proibição entrou em vigor, à meia-noite, antes de a multidão explodir em gritos, cantos e palmas.

A polícia estava no local, mas não interveio.

O índice de desemprego de 21,3% da Espanha é o maior da União Europeia - um número recorde de 4,9 milhões de pessoas estão desempregadas no país, a maioria jovens.

O primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero, disse ter empatia com os manifestantes, ressaltando seus "meios pacíficos".

"Minha obrigação é ouvir, ser sensível, tentar responder através do governo para que possamos recuperar a economia e o emprego o mais rapidamente possível", disse ele à rádio Cadena Ser.

Seu governo socialista, entretanto, deve ser punido nas eleições locais e regionais de domingo.






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