Publicação de vídeos comprometedores na internet agora abala eleições de junho
Políticos da oposição turca pedem demissão em meio a escândalo sexual
Seis políticos de alto escalão do opositor Partido de Ação Nacionalista (MHP) pediram demissão de seus cargos neste sábado (21) em meio a um escândalo sexual, pouco antes das eleições nacionais turcas.
A mídia turca afirma que os seis - incluindo quatro vice-presidentes do partido - se demitiram diante de ameaças de publicação de vídeos comprometedores.
Outros quatro líderes do partido haviam se demitido no começo do mês depois que imagens filmadas ilegalmente foram disponibilizadas na internet.
O escândalo aumentou a tensão no país antes das eleições de junho, nas quais o partido de orientação islâmica AKP busca um terceiro mandato.
O legislador Deniz Bolukbasi, um dos seis líderes do MHP que renuniaram neste sábado, disse ter sido vítima de uma armadilha promovida pelo AKP, do primeir-ministro Recep Tayyip Erdogan.
- Estou me demitindo para poupar meu partido de danos que tais acusações podem causar.
O MHP, um partido nacionalista, é o segundo maior de oposição na Turquia.
O repórter da BBC Jonathan Head, em Istambul, disse que o episódio é extremamente relevante, porque a Turquia tem um limite alto para a obtenção de assentos no Parlamento. Se o MHP conseguir menos de 10% do apoio dos eleitores, não consegue qualquer assento.
Isso, segundo Head, daria ao AKP a chance de conseguir uma maioria de 66%, que permitiria ao grupo reescrever a Constituição sem realizar um referendo.
Um grupo obscuro que se chama Nacionalistas Diferentes exortou a liderança inteira do MHP a renunciar, e, no começo do mês, publicou vídeos sexuais na internet. Bolukbasi cita "forças obscuras" no episódio.
- As forças escuras por trás deste complô político feio, tanto no país quanto no exterior, virão à luz como parte de uma investigação.
No ano passado, Deniz Baykal, chefe do principal partido de oposição, o secular Partido Republicano do Povo, pediu demissão em meio a um escândalo parecido, depois que imagens dele e de uma parlamentar em um quarto foram publicadas na internet.
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