Forças de segurança sírias mataram a tiros neste sábado (21), em Homs, pelo menos cinco pessoas que participavam dos funerais de manifestantes mortos na véspera na repressão de um protesto, afirmaram ativistas. Segundo um deles, outras 12 pessoas ficaram feridas.
Na sexta-feira, ao menos 44 pessoas morreram das quais 13 em Homs, em diferentes manifestações organizadas em todo o país que pedem a queda do regime de Bashar al-Assad que, apesar das pressões internacionais, persiste em querer reprimir os protestos, segundo ativistas. O governo sírio, por sua vez, afirma que 17 pessoas foram mortas por gangues armadas nas manifestações do dia anterior. Jornalistas estrangeiros tiveram a entrada proibida no país, o que impede a verificação independente das informações.
Inclusive a Turquia, um aliado da Síria, exortou o regime a atuar antes que seja muito tarde e advertiu que continuar recorrendo à força contra os manifestantes pode ter "consequências muito negativas".
Dezenas de milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre desde a grande mesquita de Homs até o cemitério de Tal al Nasr, disse. Os disparos começaram quando as pessoas saíam do cemitério.
"Cinco pessoas morreram e dezenas ficaram feridas pelos disparos das forças de segurança", explicou.
A agência oficial síria Sanaa falou sobre "17 mortos" na sexta-feira, entre eles membros das forças de segurança, mas acusou mais uma vez "grupos armados" de ser os responsáveis, posição que defende desde o início dos protestos, em 15 de março.
As restrições impostas à imprensa estrangeira pelo regime impedem qualquer verificação independente no local.
"As autoridades sírias seguem fazendo uso excessivo da força e utilizam balas reais contra os manifestantes em diferentes regiões do país", declarou à AFP por telefone Amar al Qurabi, chefe da Organização Nacional de Direitos Humanos na Síria.
Segundo Al Qurabi, 26 pessoas perderam a vida na província de Idlib (oeste) e 13 em Homs (centro). Outros dois morreram na cidade de Deir Ezor (leste), uma em Daraya, nos arredores de Damasco, uma em Latakia (oeste) e uma em Hama (centro).
Um soldado e quatro adolescentes, dois deles entre 12 e 16 anos mortos em Homs, estão entre as vítimas, disse.
Apesar da repressão, as manifestações reuniram na sexta-feira, dia tradicional de protestos, milhares de pessoas, em particular em Homs, Hama, Deraa, Banias (noroeste), Qamichli (norte), Latakia e Maaret al Naaman (oeste).
Em áreas próximas a Alepo (norte), a segunda maior cidade do país, e na capital Damasco, também foram registradas manifestações.
Segundo Rami Abdel Rahman, do Observatório sírio de Direitos Humanos, diversas pessoas estão desaparecidas na província de Deraa, foco de protestos, e as "prisões arbitrárias" continuam.
A repressão do movimento de protesto contra o regime, iniciado em 15 de março, deixou ao menos 850 mortos e culminou com a prisão de cerca de 8 mil opositores, segundo as organizações humanitárias e da ONU, e milhares de sírios foram forçados ao exílio.
Com informações da BBC e da France Presse
Comentários