Gilson teria apontado três jovens como autores do roubo a sua casa; ele foi acusado de espancar um menor
Polícia nega envolvimento de sobrinho de investigador em arrombamento
A Polícia Civil informou que não existe parente algum de policial envolvido no arrombamento da casa do vendedor ambulante Gilson da Silva Alves, que morreu ontem em confronto com policiais civis no bairro São Mateus, em Várzea Grande.
O arrombamento ocorreu na sexta-feira. Na segunda, Gilson apontou, segundo a Polícia, três suspeitos que eram seus vizinhos. Trata-se de dois adolescentes e um maior. Eles foram ouvidos ontem de manhã na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derrf) de Várzea Grande, horas antes do assassinato de Gilson.
"Em momento algum foi ventilado que algum dos três envolvidos era parente de policial civil ou alguém ligado à Polícia. Os menores, inclusive, foram ouvidos acompanhados das mães", informou ao Midianews a chefe de operações, policial civil Nice Alegria.
Segundo ela, no momento dos depoimentos, a Políca foi informada, pelo rádio, sobre a morte dos policiais Edson Marques Leite e João Osni Guimarães. Segundo Nilce, as mães ainda comentaram com os investigadores que não conheciam os dois policiais mortos.
De acordo com a Polícia, o arrombamento ocorreu na sexta-feira quando três rapazes invadiram a casa de Gilson, de onde foram levados um notebook, um aparelho de vídeo game Playstation e R$ 2 mil em espécie que seria usado para uma viagem a Alta Floresta. Ele iria levar seu trailer de lanche a uma exposição agropecuária naquela cidade.
No sábado, Gilson teria espancado um dos adolescentes que chegou a perder os sentidos, conforme o relato das vítimas que solicitaram exame de lesão corporal.
No domingo, Gilson teria sido ameaçado por alguns deles, mas ele não registrou nenhuma ocorrência. "Na segunda-feira de manhã, um policial chegou a procurá-lo [Gilson] para intimá-lo a respeito da lesão corporal do qual era acusado, mas não foi localizado justamente porque estava sendo ouvido na Delegacia", informou um policial.
Versões controvertidas
A versão oficial da Polícia contraria a versão de familiares de que se trata de um homicídio planejado pelos dois policiais - Edson Leite e João Osni. O tiroteio que matou Gilson e feriu dois policiais - Edson Leite e Maxswel- teve duas testemunhas. O próprio Maxswel e a esposa de Gilson.
Em sua versão, o policial Maxsuel relatou que foi abordar Gilson. Mas, no momento da abordagem, ele teria corrido do investigador. O policial foi atrás e os dois entraram em luta corporal até que Gilson tomou a pistola do agente e atirou três vezes acertando um tiro em Maxswel e dois em Edson Leite que estava próximo. Edson, por sua vez, atirou cinco vezes atingindo Gilson, que morreu no local com mais três tiros na cabeça.
Joao Osni, que estaria abastecendo o Golf preto, ouviu os tiros e foi socorrer os policiais. Ele teria ainda desferido mais três tiros em Gilson que atingiram a cabeça. Todos a curta distância.
Em investigação
Segundo o delegado Antônio Carlos Garcia, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o que está esclarecido até agora é que os dois policiais - Edson Leite e João Osni - morreram em conseqüência do acidente.
Os dois ocupavam o Golf preto de João Osni que levava o colega ao Pronto Socorro de Várzea Grande (PSVG) e no trajeto espatifou o automóvel num muro na avenida Filinto Muller, próximo da entrada do bairro Cohab Canellas.
O laudo de necropsia aponta traumatismo craniano como causa da morte. Edson Leite foi baleado na perna e na região lombar.
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