Lula defende Palocci em encontro com senadores do PT
Em almoço nesta terça-feira com a bancada de senadores do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que não seja colocada em dúvida a conduta de Antonio Palocci (Casa Civil) e disse que cabe a quem acusa provar que houve irregularidade na evolução patrimonial do ministro.
Depois de cerca de três horas de encontro a portas fechadas --realizado na casa do ministro Paulo Bernardo (Comunicações) e da senadora Gleisi Hofmann (PR)--, Lula saiu sem falar com a imprensa.
Segundo relatos de participantes do encontro, a avaliação geral foi de que o discurso a ser adotado é o de que não há até o momento elementos para que haja perda de confiança em relação ao ministro, que teria atuado com "seriedade" tanto no governo quanto em seu período como deputado federal..
Vários senadores repetiram, na saída do almoço, o argumento de que cabe a quem acusa provar a existência de delito.
"Até o presente momento não há nada consistente, nenhuma acusação frontal que possa abalar a nossa confiança no procedimento dele", afirmou Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado.
Segundo ele, o partido acredita que Palocci dará as explicações necessárias ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que na sexta-feira deu prazo de 15 dias para que o ministro responda a questionamentos sobre o episódio.
"Ele [Lula] defendeu o comportamento do Palocci, dizendo que ele deu uma contribuição muito significativa para o Brasil e para o PT. Que temos razões para confiar no procedimento dele e que é importante que estejamos unidos em defesa do Palocci", disse Eduardo Suplicy (SP). Segundo o senador, Lula também ressaltou a importância de Palocci para o governo de Dilma Rousseff.
A Folha revelou em reportagens nos últimos dias que Palocci multiplicou seu patrimônio entre 2006 --ano em que deixou o Ministério da Fazenda e se elegeu deputado federal-- e 2010. Só no ano eleitoral de 2010, o faturamento de sua empresa de consultoria, a Projeto, chegou a R$ 20 milhões. Nos bastidores, Lula tem exortado o governo a resistir na defesa de Palocci.
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