Ladeia contrapõe denúncias e diz que não houve espaço para defesa
O prefeito afastado de Tangará da Serra Júlio Ladeia (PR) reclama da falta de direito à defesa e garante ter encaminhado à Câmara o contraponto a todas as 27 denúncias emputadas contra ele, antes dos vereadores decidirem por seu afastamento. A defesa é composta por 11 páginas, divididas em três partes. Numa delas, o republicano trata de 12 dos 27 itens questionados com base, segundo ele, em sindicância já realizada no município.
Neste caso, o foco são os apontamentos envolvento as servidoras Rosane Denise Poletto e Ivete Sanches Rodrigues, que teriam sido designadas irregularmente para atuarem como fiscais junto ao setor de arrecadação do ISSQN, sendo que as mesmas não teriam conhecimento técnico necessário, além de se ausentarem do trabalho com frequência. “As servidoras tiveram suas investiduras no cargo público através de concurso, conforme preconizado na nossa Carta Magna de 1988”, diz trecho do documento.
Em outra parte, o republicano se dedica a esclarecer os supostos desvios e/ou transferências irregulares de recursos da conta do Funrebom, totalizando prejuízos de mais de R$ 1 milhão ao erário. Segundo o republicano, a taxa de combate a incêndios faz parte da arrecadação geral do município, sendo destinada ao Corpo de Bombeiros. Pontua ainda que, pela legislação, produtos das receitas podem ser destinados à saúde e educação.
Conforme levantamento de Ladeia, desde 2001 foram arrecadadas R$ 1,9 milhão com a taxa, sendo que as despesas no mesmo período foram de R$ 1,4 milhão. “Informamos que a receita (R$ 536,9 mil) foi aplicada no mercado financeiro e rendeu juros”, diz a defesa do prefeito. Ainda conforme ele, a conta no Banco do Brasil que tem um saldo de R$ 688,1 mil não seria apenas do Funrebom, mas da movimentação financeira das contas do município, o que justificaria as transferências questionadas.
Trecho da defesa de Júlio Ladeia, sobre suposto desvio de recursos do Funrebom
Ladeia é acusado de atos de improbidades administrativas, como desvio de recursos públicos, superfaturamento de licitações, sobrepreço e fracionamento de licitações. As denúncias foram feitas pelo presidente do Sindicato dos Servidores José Antônio Garcia Neto; Carlos Antonio Longui da Loja Maçônica Estrela de Tangará da Serra; Claudiomir Meurer do Rotary Clube Cidade Alta; Cesar Augusto Oliveira; Evanir Torres do Lions Clube, tendo como base documentação apresentada por Antônio Carlos Cabral.
O prefeito afastado, por sua vez, desqualifica todos os denunciantes, sob argumento de que têm interesses escusos e buscam impedir a investigação de um esquema que teria causado um prejuízo de milhões ao erário. Ressalta, por exemplo, que Carlos Antônio é seu ex-patrão e foi condenado a lhe pagar uma indenização trabalhista de R$ 400 mil, enquanto que César Augusto era chefe do Controle Interno da prefeitura, tendo sido demitido em 2006 por má conduta. O republicano deve ingressar com um mandado de segurança, tentando ser reconduzido ao cargo.
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Confira no link, abaixo, trecho da defesa de Ladeia
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