A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele disse que vão compor a tropa especial soldados do Exército e da Força Nacional, policiais rodoviários federais, agentes da Polícia Federal, além de equipes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Trata-se de uma ação coordenada, articulada entre PF, PRF, Forças Armadas e Ibama para conter o desmatamento. É uma coordenação com diretrizes estabelecidas por três ministérios e repassadas para o comando local.”, explicou o ministro. Ainda conforme Eduardo Cardoso, o foco da operação será na prevenção do desmatamento, repressão e apreensão de máquinas. “As apreensões serão destinadas para atividades de interesse público”, informou.
O Exército vai ajudar na questão logística e na remoção de máquinas apreendidas. A Força Nacional vai cuidar da segurança da operação. A PRF vai ficar responsável pelas fiscalizações nas cinco BRs que cortam o estado. Já os homens da Polícia Federal e do Ibama vão fazer as verificações dos crimes ambientais. A partir de agora o governo federal vai aumentar a fiscalização contra crimes ambientais. Sinop é uma das principais cidades do norte do estado e foi escolhida como base da operação por ter conseguido conter o avanço do desmatamento apesar de ter uma economia com forte ligação com o setor madeireiro.
Amazônia Legal
Uma das motivações foi o fato do Inpe apontar que o estado registrou
480,3 km² dos 593,0 km² desmatados entre março e abril na Amazônia legal. A ministra voltou a afirmar que o governo não sabe o que provocou esta aceleração do desmatamento, e disse apenas que pode ter sido um fenômeno pontual.
“O estado tem produção agrícola sustentável, mas infelizmente tivemos esta situação de pico de desmatamento único. As causas estão sendo avaliadas em campo para sabermos as relações de causa e efeito”, comentou a ministra, fazendo questão de lembrar que 62% dos municípios de Mato Grosso conseguiram reduzir o desmatamento nos últimos anos.
"Correntões"
Fiscalização do Ibama flagrou desmatadores utilizando correntes de aço gigantes para derrubar partes da floresta Amazônica. O fato ocorreu na cidade de Tapurah, a 415 km de distância da capital Cuiabá, neste mês.
A técnica, conhecida como ‘correntão’, é empregada por fazendeiros na derrubada ilegal de grandes árvores e na limpeza de propriedades.
De acordo com a instituição, centenas de árvores nativas, entre elas o Jatobá, Cambará e a Itaúba, são derrubadas pela corrente, que ganha força ao ser puxada por um trator. A técnica era utilizada na década de 70 no estado para abrir áreas, mas deixou de ser registrada nos últimos anos. Agora, agentes do Ibama voltaram a registrar o uso de correntões.
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