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Política
Sexta - 27 de Maio de 2011 às 21:24

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O ministro Antonio Palocci (Casa Civil) entregou no fim da tarde desta sexta-feira (27) as explicações sobre a multiplicação do seu patrimônio nos últimos anos à Procuradoria-Geral da República.

Reportagem da Folha revelou na semana passada que o patrimônio do ministro cresceu 20 vezes desde 2006, depois que Palocci fundou a consultoria Projeto. No período, Palocci comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil.

No ano de 2010, quando o atual ministro era deputado e atuava na coordenação da campanha de Dilma, a Projeto, empresa de Palocci, faturou R$ 20 milhões.
Nos dois últimos meses do ano passado, a empresa levou mais da metade desse valor.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu explicações ao ministro na sexta-feira passada (20), baseado nas representações apresentadas pelos partidos de oposição ao governo. A oposição solicitou à Procuradoria-Geral da República para investigar a origem do enriquecimento de Palocci e a atuação de sua empresa.

Na semana passada, Gurgel afirmou não ver, até o momento, "elementos suficientes" para a abertura de um inquérito e deu prazo de quinze dias para Palocci se explicar.

O Ministério Público Federal em Brasília, no entanto, antecipou-se à PGR e abriu investigação cível sobre o caso. O foco da ação é apurar se a evolução patrimonial do ministro é compatível com os ganhos de sua empresa.

Palocci afirmou, em nota, que seu aumento patrimonial está detalhado na declaração de Imposto de Renda e que a Projeto prestou serviços a clientes da iniciativa privada "tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos".

QUEBRA DE SILÊNCIO

Ontem, pela primeira vez, a presidente Dilma Rousseff falou sobre o caso.

Palocci ao lado de Dilma durante evento no Palácio do Planalto; ministro se explicou ontem a senadores da bancada do PT

"Asseguro que o ministro Palocci está dando todas as explicações necessárias. Espero que esta questão não seja politizada como foi o caso do que aconteceu ontem, um caso lastimável que é aquela questão da devolução de impostos da empresa WTorre", disse Dilma.

Sem revelar detalhes sobre o faturamento de sua empresa e nem dizer quem foram seus clientes, Palocci também falou sobre o assunto ontem com senadores da bancada do PT. O ministro negou que sua empresa de consultoria tenha cometido irregularidades que lhe permitiram aumentar em 20 vezes o seu patrimônio.

Nesta semana, a liderança do PSDB na Câmara ainda levantou suspeitas de que pagamentos feitos pela Receita Federal à incorporadora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho de Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Segundo reportagem da Folha, a WTorre foi uma das clientes da empresa do ministro.






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