Cerca de 20 mil lavradores e funcionários são submetidos por seus patrões a práticas próximas à escravidão, denunciou nesta sexta-feira o Ministério Público do Trabalho (MPT) ao lançar uma campanha contra este tipo de exploração trabalhista.
Os relatórios revelam que as formas de "escravidão contemporânea" não se encontram apenas nas áreas rurais, mas também em empresas localizadas em cidades, especialmente no setor da confecção de roupas e de construção civil.
"O trabalho escravo não está distante. Ele pode ser o que nós, como consumidores, usufruímos", disse o procurador-geral do Trabalho, Otavio Brito Lopes, na nota.
O organismo lançou a campanha, que conta com anúncios na televisão e no rádio, para promover a educação e a conscientização do empregador, trabalhador e da sociedade.
A "lista negra" do MPT contém 220 empresas que foram denunciadas por este tipo de prática ilegal. Algumas são registradas até em grandes obras públicas, entre elas, as centrais hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, que atualmente são construídas em Rondônia.
A maioria dos casos de escravidão contemporânea é encontrada no meio rural como em canaviais, fazendas e madeireiras. São impostas longas jornadas aos trabalhadores por um salário muito baixo, além de mantê-los em péssimas condições de segurança, higiene e moradia.
Uma das práticas mais abusivas é obrigar o empregado a pagar pelo transporte e pelo alojamento, quantias que podem superar o próprio salário.
Os integrantes da lista negra são submetidos a inúmeras multas, além perderem o acesso às linhas de crédito dos bancos públicos e a venda de sua produção a organismos oficiais.
Nos últimos anos, a Polícia desmantelou vários grupos que exploravam bolivianos em fábricas ilegais em São Paulo. EFE
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