Pico deverá ocorrer justamente no 2º semestre, no período dos reajustes salariais
Preços diminuem, mas inflação terá pressão no salário
Com a desaceleração mensal dos índices de inflação na economia brasileira, movimento que deve ganhar força nos próximos meses com a inflação ao consumidor, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Aberto) girando abaixo de 0,37% ao mês (o que garante meta anualizada de 4,5%), já existe um clima de alívio no ar em Brasília. "O BC saiu do inferno astral que viveu no início do ano", definiu um integrante do governo.
Esse quadro mais claro na economia também pode ser verificado por uma comunicação mais amigável com o mercado financeiro. E também dá algum fôlego para o enfrentamento que será necessário no terceiro trimestre, quando a inflação em 12 meses estará no auge e importantes categorias de trabalhadores estarão negociando reajustes salariais.
Na estratégia de comunicação que já começou tanto no Ministério da Fazenda como no Banco Central, as autoridades econômicas têm ressaltado a importância de não se olhar para a "inflação passada" na hora da negociação dos índices de reajuste salariais.
Apesar de o período coincidir com o "pico" de alta do IPCA em 12 meses, a inflação mensal, por outro lado, estará rodando até abaixo da meta, o que dá bons argumentos para governo e empresários na hora de enfrentar os trabalhadores na mesa de negociação.
De qualquer forma, o governo considera que a partir de agora os números da inflação vão dar razão ao cenário traçado. Há motivos para isso: os violentos choques que vieram desde o fim de 2010 já se dissiparam. E as ações de política monetária já adotadas, como as medidas de contenção de crédito e aperto fiscal, já estão fazendo efeito. Com isso, o IPCA vai se encaminhar em direção à meta ao longo do tempo.
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