Governo cria grupo e libera verba para conter conflitos agrários
O governo decidiu intensificar a presença da Força Nacional, Polícia Federal, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na região amazônica na tentativa de estancar os conflitos agrários que levaram à morte de lideranças extrativistas e agricultores na última semana.
Foi anunciado ainda a criação de um grupo interministerial e a liberação de cerca de R$ 1 milhão para os deslocamentos de pessoal das superintendências do Incra na região.
As medidas foram definidas em reunião na manhã de hoje coordenada pelo presidente em exercício, Michel Temer, e com a presença dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e representantes dos ministérios da Justiça, Meio Ambiente, Gabinete de Segurança Institucional e Direitos Humanos.
Carvalho deve também se reunir ainda nesta semana com os governadores da região para discutir o tema.
Segundo o governo, mais recursos serão destinados para a Operação Arco Verde, que leva ajuda socioeconômica às populações da região que sofreu desmatamento.
No início da semana passada, no Pará, foram mortos a tiros José Claudio Ribeiro da Silva, 54, e Maria do Espírito Santo da Silva, 53. Os dois viviam em uma comunidade rural de Nova Ipixuna, o Assentamento Agroextrativista Praialtapiranheira, onde faziam artesanato a partir de recursos naturais e cultivavam frutas, como açaí.
Na sexta-feira, o agricultor Adelino Ramos, líder do MCC (Movimento Camponês Corumbiara), considerado um dos movimentos sociais agrários mais radicais do país, foi morto a tiros em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho.
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