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Polícia
Terça - 31 de Maio de 2011 às 14:08

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Arquivo/MidiaNews
Caveira, que teria sido o autor dos tiros que mataram o vendedor Gilson, na Rodovia dos Imigrantes
Caveira, que teria sido o autor dos tiros que mataram o vendedor Gilson, na Rodovia dos Imigrantes

A vendedora Joziane Carlos dos Santos, viúva do vendedor ambulante Gilson Silva Alves, afirmou, em entrevista ao programa "Cadeia Neles!", da TV Record (Canal 10), que havia três pessoas atirando em direção a ela e ao seu marido. Os dois correram quando começaram a ouvir os tiros.

Ela disse ter reconhecido apenas o policial civil João Osni Guimarães, o "João Caveira", como um dos três que atiraram. A foto do policial Edson Leite foi mostrada e ela disse não saber se ele participava dos tiros, assim como Maxwel José Pereira.

“Esse [João Osni], tenho certeza, foi quem atirou. Os outros não sei, não tenho certeza”, afirmou. Joziane acrescentou que correu de mãos dadas com o marido e só parou quando ele parou. Apesar de estar próximo dele, nenhum tiro a atingiu, passando a idéia de que os disparos foram direcionados somente para o marido.

A quantidade de tiros feitos pelos policiais contrasta com o número de disparos que atingiram a vítima. Gilson foi morto com oito tiros, sendo cinco disparados de distância média e três, na cabeça, disparados à curta distância, como se tivesse sido atingido já caído.

Policiais acreditam que, pela quantidade de tiros na direção de Gilson, ele deveria ter sido atingido, no mínimo, com 20 disparos.

Joziane disse ainda que, em seguida, pegou o carro do casal, um Gol preto, e foi buscar ajuda num posto de combustível. O veículo só foi localizado horas depois, mostrado pela própria vendedora, longe de onde estivera o casal. Os policiais fizeram uma revista no automóvel e nada foi encontrado.

A viúva voltou a afirmar que João Caveira não foi abastecer o automóvel, como a Polícia informou. Um familiar do policial já conta uma terceira versão: diz que policial recebeu uma ligação em seu celular, e cerca de 10 minutos depois, recebeu a informação do acidente.

Joziane alegou que o marido correu porque a casa estava sendo rondada por desconhecidos. Ao ver tres pessoas em sua direção, Gilson a puxou pelo braço e tentou entrar num matagal. Ela disse que não houve luta corporal entre o marido e um dos policiais, Maxwel.

Em sua versão, Maxwel alegou que foi verificar a informação de que estavam diante do assaltante de cargas João Carlos de Oliveira, o “Carlinhos”, um dos ladrões mais procurados do Estado. Gilson correu e Maxwel foi atrás. Os dois entraram em luta corporal e chegou a tomar-lhe a arma e atirou, atingindo-o na perna.

Ao ouvir os tiros, Edson Leite foi em seu socorro, e também foi baleado, mas reagiu, atirando no vendedor, que morreu no local. João Osni Guimarães, que estava no posto abastecendo, ouviu os tiros e foi socorrer Edson, levando-o ao ao Pronto-Socorro de Várzea Grande(PSVG), mas colidiu o Golf preto que dirigia num muro. 

Entenda o caso

De acordo com a versão dos populares, os policiais Edson Leite e Maksuel José da Silva chegaram ao posto de gasolina 2006, na Rodovia dos Imigrantes, e deixaram o veículo Golf, de cor preta, nas proximidades do restaurante. Ao perceber a presença da vítima, os dois policiais rondaram o restaurante e efetuaram um disparo para o alto. O carro seria de propriedade do policial civil João Caveira, que teria acompanhado toda a operação.

Assustado, Gilson da Silva correu em direção ao matagal e foi atingido com três tiros na costa, dois na cabeça e um na perna. "Ele não tinha arma alguma. O que aconteceu foi uma covardia. Os policiais colocaram a arma na mão dele, para montar uma farsa", relatou uma testemunha, que, por motivo de segurança, não pode ter o nome revelado.

Conforme a versão das testemunhas, após assassinar o vendedor, os policiais civis Edson Leite e João Caveira partiram com o veículo Golf de cor preta, placa NJF 7503, em alta velocidade.

Ao chegar na Avenida Filinto Muller, João Caveira, que dirigia o veículo, não teria percebido uma lombada no meio do caminho e perdeu o controle, se chocando com o muro de uma residência. Ambos não resistiram aos efeitos da batida e, presos nas ferragens, morreram na hora.

Gilson da Silva foi proprietário do restaurante localizado no Posto 2006 e teria arrendado para uma família há dois meses e vendia sanduíches para eventos. Ele era casado e deixou esposa e três filhos. O filho mais velho de Gilson, de outro relacionamento, tem 15 anos e é deficiente físico, e mora em Cáceres com a mãe.






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