Vaccarezza minimiza crise com PMDB e diz que nada abalará base
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), minimizou nesta terça-feira a crise política entre PT e PMDB e afirmou que "nada afetará" a coalizão entre os partidos que compõem a base do governo da presidente Dilma Rousseff.
"Se depender de mim, do Henrique Eduardo Alves [líder do PMDB na Casa] e dos demais líderes da Câmara, a crise está resolvida. Se é que a gente pode chamar de crise", disse Vaccarezza ao chegar ao apartamento do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) para reunião dos líderes da base na Câmara com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio.
"Temos uma grande aliança e uma grande coalizão. Nada afetará a coalizão entre o PT, o PMDB e os demais partidos da base", acrescentou.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), não participará da conversa. Segundo Vaccarezza, ele será representado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Vaccarezza disse, entretanto, que conversou hoje, mais cedo, com Eduardo Alves e reforçou que, para a Câmara, a votação do Código Florestal "é uma página virada".
A votação da reforma do Código Florestal abriu um atrito entre petistas e peemedebistas. Deputados do PMDB propuseram e patrocinaram uma emenda que contrariava os interesses do Palácio do Planalto e conseguiram derrotar o governo na votação da matéria no plenário da Câmara.
Os ânimos se acirraram quando, segundo relatos, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ameaçou, em conversa com o vice-presidente Michel Temer, que é do PMDB, demitir os ministros peemedebistas se o partido não acompanhasse o governo na votação.
A emenda patrocinada pelo PMDB permite aos Estados legislar sobre a ocupação de APPs (Áreas de Preservação Permanente), atribuição que hoje é exclusiva da União, e regulariza ocupações feitas nessas áreas até julho de 2008. O governo considera que esse dispositivo anistia desmatadores.
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