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Polícia
Quarta - 01 de Junho de 2011 às 07:24
Por: KATIANA PEREIRA

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Versão de testemunha contradiz história contada pela Polícia Civil
Versão de testemunha contradiz história contada pela Polícia Civil

A morte do vendedor Gilson da Silva Alves, ocorrida no último dia 23, nas proximidades do Posto 2006, na Rodovia dos Imigrantes, parece que está longe de ser desvendada. Uma testemunha, que por razões de segurança preferiu não ser identificada, revelou, em entrevista ao MidiaNews, que o policial civil Maksuel José da Silva não foi baleado, como afirma a Policia Civil na versão apresentada à imprensa.

No episódio também morreram os policiais civis Edson Leite e João Osni, conhecido como "João Caveira". Os dois se acidentaram no carro de Caveira, na avenida Filinto Müller, nas proximidades da entrada do bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande.

"Eu acompanhei toda a ação, vi tudo que se passou. Estamos com medo até de falar, mas que eu me lembre não tinha nenhum tiro na perna do policial. Ele estava ao lado do corpo do Gilson, aparentando um nervosismo, tontura, algo assim, mas não tiro. Nem tinha como o Gilson ter atirado nele. Quando cheguei perto do corpo vi que ele já estava morto, tinha dois tiros na cabeça e outros no corpo, ele caiu morto na hora como que ia revidar. Também não havia arma com ele", revelou a testemunha.

A testemunha disse que indagou ao policial Maksuel o motivo da violência, ele teria respondido com grosseria e deu voz de prisão ao jovem. "Fiquei desesperado já perguntei logo porque eles fizeram aquilo com o Gilson. Ele me respondeu que ele [Gilson] era bandido e que eu não devia me meter. Que ia sobrar para mim, até apontou a arma em minha direção. Retruquei e falei que ele não era bandido. Aí começou a juntar gente no local e virou aquela confusão", relatou.

Outra contradição apontada pela testemunha é a forma como o vendedor foi abordado no restaurante onde fazia a última refeição de sua vida. "Ele estava sentado com a esposa e uma criança no colo, assim que a criança se levantou os policiais já chegaram com arma em punho. Esse Maksuel veio por trás do restaurante e os outros dois pela frente. Aí o Gilson saiu correndo com a esposa, já sabíamos que ele estava com medo devido às ameaças e pessoas rondando a sua casa. Escutei um tiro e logo ele caiu, aí descarregaram as armas nele, escutei o barulho da troca do pente da pistola. Uma crueldade ele não pôde se defender de nenhuma forma", disse a testemunha.

Segundo a testemunha, ele teria presenciado o policial civil Edson Leite, sair do matagal carregado por João Osni, o João Caveira, também policial. "O Caveira saiu do matagal dando apoio ao João Leite, parecia que o Leite estava ferido. Mas como eles saíram no carro em alta velocidade não pudemos ver mais nada".

A testemunha acredita que, mesmo com todas as versões apresentadas, a verdade irá aparecer. "Para descobrir se ele [Gilson] estava armado ou se atirou tem que fazer aquele exame de resíduos na mão dele. Mataram uma pessoa sem ter o direito a se defender. Já chegaram para executar um pai de família", indignou-se a testemunha.

Versão policial

A versão apresentada pela Polícia Civil contradiz os depoimentos das testemunhas. Segundo ela, os dois policiais envolvidos na ação desastrosa, João Leite e Maksuel José da Silva, partiram para Várzea Grande em busca da residência na qual o suspeito de roubo de cargas morava. Ao identificar o local semelhante com base nas informações repassadas por uma mulher não identificada, foi encontrado um veículo Fiesta de cor branca e um Gol de cor preta que saiu logo em instantes.

O condutor era Gilson da Silva Alves que partiu rumo ao "Posto 2006", localizado na Rodovia dos Imigrantes. Os policiais civis Edson Leite e Maksuel da Silval o consideraram suspeito e decidiram segui-lo.

Ambos permaneceram próximo à borracharia observando o suspeito que entrou no restaurante para se alimentar. Neste intervalo, o policial civil João Osni Guimarães, o "João Caveira", apareceu, nas palavras da Polícia Civil, por coincidência. Ele teria ido ao posto para abastecer seu veículo, modelo Golf de cor preta. "Tudo indica que ele [Caveira] morava próximo ao local", declarou Pedro Antunes, sem confirmar efetivamente onde morava "Caveira". O curioso é que a Polícia Civil obrigatoriamente possui o registro de endereço de seus servidores.

Segundo a Polícia, os dois policiais civis se aproximaram de Gilson da Silva Alves que, assustado, correu em direção ao matagal onde entrou em luta corporal com o policial civil Maksuel da Silva. No embate, a pistola caiu no chão e foi recolhida pelo vendedor que efetuou um disparo contra o joelho do policial.

Logo depois, Gilson teria disparado dois tiros contra o policial civil Edson Leite acertando a região abdominal. Segundo a PC, mesmo ferido, Leite efetuou oito disparos contra Gilson da Silva, que morreu na hora.

Acompanhando toda a movimentação, o policial João Caveira decidiu socorrer Edson Leite e partiu rumo ao Pronto Socorro de Várzea Grande. No entanto, chegando à avenida Filinto Muller, o veículo Golf de cor preta estava em alta velocidade. Ele perdeu o controle do veículo se chocando violentamente contra um muro de uma residência. Os dois morreram na hora.






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