Reginaldo Donan foi morto por espancamento, em agosto de 2009, dentro do shopping
Justiça julga pedido de indenização de R$ 3,5 milhões
O juiz Elinaldo Veloso Gomes, da 7ª Vara Civil de Cuiabá, decide, no próximo dia 8, se acata ou não o pedido de indenização por danos morais e materiais, no valor de R$ 3,5 milhões, a ser paga à família do estudante Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz.
Ele foi morto no final de agosto de 2009, após ser espancado por seguranças, no interior do Goiabeiras Shopping Center, em Cuiabá.
A audiência de instrução de julgamento está marcada para às 16h, no Fórum da Capital. Na ocasião, algumas testemunhas serão ouvidas, bem como as partes. Após as alegações dos envolvidos, o juiz decide se anuncia a sentença ou marca uma data para que seja proferida.
De acordo com o advogado da família do estudante, Hélio Nishiyama, o valor foi calculado com base nos danos que a mãe e os irmãos de Reginaldo sofreram em função de sua morte.
O dano moral diz respeito a toda situação de dor e sofrimento que a família passou, ao constatar que o rapaz, que também era vendedor ambulante, morreu em decorrência das agressões praticadas por seguranças do shopping.
Já o pedido de reparação ao dano material foi feito com base no fato de que o vendedor era arrimo de família (sustentava a mãe). O advogado explicou que a lei prevê que a indenização deve corresponder ao período em que Reginaldo trabalharia até os 65 anos.
Relembre o caso
Reginaldo Queiroz entrou no Goiabeiras Shopping Center por volta das 16h30 do dia 29 de agosto de 2009, para comprar ingressos de um evento e, depois, sentou-se na praça de alimentação para tomar um suco, acompanhado de duas amigas.
Ele carregava vários porta-latinhas, trajava roupa simples e um chapéu de abas largas (tipo mexicano).
Segundo relatos, ele foi abordado na praça de alimentação por dois seguranças, que recolheram o material, além do seu chapéu. Momentos depois, ele foi imobilizado na loja Beto Esportes, onde tentava fazer uma compra, e foi levado pelos seguranças Jefferson Medeiros e Ednaldo Belo até a sala de segurança.
O estudante saiu da sala da segurança dentro de um contêiner de lixo, provavelmente, já inconsciente, e deu entrada no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, às 21 horas.
No dia 31 de agosto, foram constatados indícios de morte cerebral, sendo mantido vivo com auxílio de aparelhos. No dia 1º de setembro, Reginaldo morreu.
O rapaz foi espancado até a morte pelos seguranças do Goiabeiras Shopping, Ednaldo Belo, Valdenor Moraes, Jorge Dourado Nere e Jefferson Medeiros.
Medeiros foi condenado a pena de 23 anos por homicídio e Belo condenado a 12 anos e seis meses. Ambos também receberam a condenação de mais um ano e oito meses por fraude processual.
Já Valdenor Moraes e Jorge Nery foram absolvidos das acusações.
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