Mortes durante ataques em cidade síria superam 50 nesta semana
Mais de 50 pessoas morreram nesta semana --pelo menos 15 apenas nesta quinta-feira-- na cidade de Rastan, no oeste da Síria, em ataques realizados por tropas e tanques do Exército contra ativistas de oposição.
A violência ocorre apesar de uma oferta de diálogo e da anistia anunciadas pelo presidente sírio, Bashar al Assad, além da libertação de centenas de pessoas detidas desde o início dos protestos contra o regime, em março.
De acordo com o correspondente da BBC no Líbano Jim Muir, testemunhas afirmam que as condições dos civis em Rastan são muito precárias devido ao cerco e aos ataques dos últimos dias.
Ativistas afirmam que casas em Rastan foram derrubadas com famílias de civis dentro delas, disse o correspondente da BBC.
Uma menina de quatro anos de idade estaria entre as vítimas, assim como alguns soldados. As autoridades afirmam estar atrás de "gangues criminosas armadas".
Mais de mil pessoas já teriam sido mortas na Síria desde que começaram os protestos que pedem reformas democráticas e a saída de Assad, que está no poder há quase 11 anos. Ele
sucedeu a seu pai, Hafez al Assad, que governou a Síria por quase 30 anos.
As informações sobre o levante sírio não podem ser confirmadas de forma independente, já que jornalistas estrangeiros não têm entrada permitida na Síria.
OPOSIÇÃO SE REÚNE
Também nesta quinta-feira, grupos de oposição reunidos na Turquia pediram, depois de uma conferência de dois dias, que Assad renuncie imediatamente, abrindo caminho para uma transição democrática na Síria.
De acordo com Jim Muir, o chamado oposicionista ocorre enquanto autoridades sírias preparam o lançamento do que chamam de um "diálogo nacional" visando acabar com a crise.
Para isto, o governo sírio criou uma "comissão de diálogo" de alto nível para iniciar as negociações. Entretanto, segundo Muir, ainda não está claro com quem este grupo irá dialogar.
Os grupos de oposição reunidos na Turquia rejeitaram os gestos do governo, dizendo que eles são insuficientes e que vieram tarde demais.
O correspondente da BBC afirma que o regime de Assad alterna a repressão violenta com gestos conciliatórios, como a recente libertação de centenas de detidos devido à anistia. No entanto, milhares de pessoas continuam presas.
Os Estados Unidos ainda se mostram reticentes em relação à crise da Síria, diz o correspondente da BBC. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, já disse que a legitimidade de Assad, no poder há 19 anos, "praticamente se esgotou".
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