OAB culpa omissão do governo por assassinatos de líderes rurais
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, criticou nesta sexta-feira a postura de "descaso" dos governos estadual e federal com a onda de assassinatos de líderes rurais na região norte do país.
"A União é a maior latifundiária da Amazônia. Ocupou essas terras a propósito de segurança nacional. E é nessas terras que essas mortes ocorrem. E o que a União procura dizer? Que segurança pública não é com ela. E o Estado diz que reforma agrária não é com ele, pois não é questão de segurança pública, mas uma questão social. Então um fica empurrando a responsabilidade para o outro. O grande culpado por essas mortes no Pará, ou no campo, é o governo. É a omissão do governo", afirmou Cavalcante.
Ontem, o trabalhador rural Marcos Gomes da Silva sofreu uma emboscada em Eldorado dos Carajás, terra de massacre histórico em 1996, no Estado do Pará. Além disso, nos últimos dias quatro pessoas foram assassinadas.
Três vítimas --o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo e o agricultor Erenilton Pereira dos santos-- moravam no assentamento Paraialta-Piranheira, em Nova Ipixuna, todos em solo paraense.
A quarta vítima, o líder do Movimento Camponês Corumbiara, Adelino Ramos, foi morta em Rondônia.
O governo reconheceu na terça-feira não ter instrumentos e condições para garantir a segurança de todos os líderes que correm risco. "É triste, é lamentável, ter que ouvir uma afirmação desse tipo de uma autoridade pública", afirmou Cavalcante.
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