Indecisos e estrangeiros podem desempatar eleição do Peru
Quase 20 milhões de votos decidirão neste domingo quem vai governar o Peru pelos próximos cinco anos. O confronto ocorre entre a conservadora Keiko Fujimori e o nacionalista Ollanta Humala já é considerado como a disputa presidencial mais acirrada da história do país.
Na última pesquisa de intenções de voto, divulgada no último sábado, o empate técnico que dominava as sondagem ficou para trás e Humala conseguiu uma vantagem real, causando surpresa.
Enquanto ele aparecia com 51,9% dos votos, Keiko tinha 48,1% --uma diferença maior do que a margem de erro de 1,6 pontos percentuais.
Mas o resultado da pesquisa não significa que Humala está na liderança, já que outros três institutos de pesquisa mostraram os dois candidatos praticamente juntos.
Nas ruas de Lima, parte dos eleitores defende com afinco seu candidato, enquanto outros procuram o "mal menor" entre duas opções que acabaram sendo mais associadas ao passado dos concorrentes do que a suas propostas para o futuro do país.
Os críticos de Keiko dizem que ela repetirá os dias de corrupção e violação de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão. E Humala esforçou-se, durante toda a campanha, para distanciar sua imagem de um antigo aliado, o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
INDECISOS
Segundo o economista Gianfranco Castagnola, do instituto de pesquisa Ipsos, a disputa pode ser decidida pelos eleitores indecisos, que somam até 8% nas últimas pesquisas.
A dona de casa Maritza Loyaz, de 30 anos, diz que talvez vote nulo. "Nenhum dos dois são bons candidatos, porque são corruptos. Eles não me inspiram confiança",afirma.
Nas últimas horas da campanha, Keiko e Humalla usaram todos os argumentos para convencer eleitores como Maritza.
O candidato de centro-esquerda chegou a dizer que libertaria Fujimori da prisão, por questões humanitárias, se ele ficasse muito doente.
Já a política conservadora anunciou diversas alianças e chamou partidos rivais para seu possível mandato, prometendo um governo de união.
Castagnola diz ainda que os votos de minerva podem vir dos peruanos que vivem no exterior que, como não são ouvidos nas pesquisas, podem surpreender.
Países como Brasil, Estados Unidos, Espanha e Argentina abriam cerca de 750 mil peruanos, que equivalem à diferença mínima entre os dois candidatos.
As urnas nos quase 5.000 postos de votação ficarão abertas das 8h às 16h da tarde em todo o país. No exterior, peruanos que vivem na Oceania foram os primeiros a votar, quando ainda era madrugada no Peru.
Os primeiros resultados oficiais estão previstos para as 21h, mas uma contagem rápida dos votos, feita por amostragem, deve ser divulgada logo após o fechamento das urnas.
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