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Cidades
Segunda - 06 de Junho de 2011 às 08:00
Por: KATIANA PEREIRA

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Otmar Oliveira/A Gazeta - Arquivo Pessoa
Irmão da vítima diz que Estado não ajudou família com funeral de vendedor morto por engano
Irmão da vítima diz que Estado não ajudou família com funeral de vendedor morto por engano

Familiares do vendedor Gilson de Oliveira Alves revelaram, em entrevista ao MidiaNews, que vão acionar judicialmente o Estado e cobrar providências sobre a participação dos policiais civis no assassinato. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT) acompanha o caso e vai interceder pela família.

Gilson foi morto durante uma ação policial suspeita, em um posto de gasolina, em Várzea Grande, há três semanas. A primeira alegação era de que o vendedor era suspeito de integrar um quadrilha de ladrões de caminhões, o que foi desmentido pela Polícia um dia após a morte. Desde então, várias versões surgiram e não se sabe, ainda, o que, de fato, ocorreu durante a abordagem.

Também morreram no episódio os policiais civis Edson Leite e João Osni, o "Caveira", como era conhecido. Os dois morreram em um acidente de carro, depois que Edson Leite foi baleado na barriga e estava sendo levado pelo colega ao Pronto-Socorro de Várzea Grande. Um terceiro policial levou um tiro na perna. 

O irmão da vítima, Paulo Anunciação Alves, acredita que o Estado é responsável pela morte de Gilson, uma vez que a sua morte foi causada por um erro da Polícia Judiciária Civil (PJC). "Quando o delegado [Antonio Garcia] que está acompanhando o caso, reconheceu na entrevista que meu irmão foi confundido com um bandido, ladrão de carreta, ele confirmou a culpa da polícia na morte infeliz", disse.

Outro ponto observado por Paulo é sobre a declaração do delegado da PC que sugere suspeitas sobre a conduta do vendedor. Em entrevista coletiva, Garcia destacou que não pode se considerar a vítima Gilson da Silva inocente. "Isso não significa dizer que fosse uma pessoa que vivia em conformidade com a lei", afirmou o delegado, em entrevista, um dia após o crime.

"Mesmo depois de terem matado meu irmão ainda querem sujar a memória dele. Falar isso em entrevista quer dizer que ele não era uma pessoa de bem?", indagou Paulo.

Paulo Anunciação revelou ainda que a família, de origem humilde, tem passado por dificuldades financeiras e que Gilson tinha contas na praça, que até agora não conseguiram pagar. "Meu irmão tinha comprado o carro há pouco tempo. O carro está no nome da minha cunhada, que não tem renda. Todos nós somos humildes não temos como manter os filhos que ele deixou. Tivemos mais de R$ 3 mil para dar pelo menos um velório digno para ele. Até o notebook que roubaram ainda teremos que quitar", revelou.

A presidente da Comissão dos Direitos Humanos, Betsey Polistchuck de Miranda, disse ao MidiaNews que a comissão já está acompanhando o caso e que irá interceder pela família para que não tenham seus direitos lesados. "Mesmo a família ainda não tendo nos procurado formalmente, a Comissão está acompanhando o caso para que os diretos da partes envolvidas sejam preservados. Foi reconhecido um erro policial e o Estado deve arcar com as conseqüências. Essa família deve fazer uma representação judicial contra a Estado e ser indenizada pela perda", informou.






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