Medicamento reduz risco de câncer de mama em 65%
Uma droga antiestrogênica demonstrou uma "promissora" redução de 65% no risco de câncer de mama entre as mulheres pós-menopausa, segundo um estudo da Faculdade de Medicina de Harvard apresentado no sábado (4).
"A pesquisa pode significar um grande avanço para as mulheres que apresentam maior risco de desenvolver a doença, que afeta cerca de 1,3 milhão de pacientes no mundo a cada ano, causando a morte de 500 mil", afirmou o doutor Paul Goss, principal autor do estudo divulgado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago.
Um estudo clínico realizado em um grupo do Canadá mostrou que o risco de câncer de mama em mulheres na menopausa diminuiu em 65% quando as pacientes foram medicadas com exemestano, uma droga oral que reduz a produção de estrogênio --hormônio que os médicos acreditam ter ligação com o aparecimento da doença.
"O estudo mostrou não só uma impressionante redução do câncer de mama como também o surgimento de excelentes efeitos secundários", comemorou Goss.
A pesquisa sustenta que os inibidores de uma enzima chamada aromatase, como o exemestano --comercializado sob o nome de Aromasin--, são diferentes de outras drogas antiestrogênicas, como o tamoxifeno e o raloxifeno, utilizadas como terapias preventivas para mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama.
Os três medicamentos são aprovados pela FDA (Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos). No entanto, efeitos colaterais graves foram registrados com o uso de drogas como o tamoxifeno, incluindo um raro, porém grave, caso de câncer de útero e coágulos de sangue potencialmente fatais.
O estudo de Goss, em contrapartida, afirma que inibidores da aromatase neutralizam a produção de estrogênio "sem as graves toxicidades observadas com o tamofixeno".
O estudo clínico foi realizado entre 2004 e 2010 com 4.560 mulheres dos Estados Unidos, Canadá, Espanha e França, que apresentavam pelo menos um fator de risco, como ter 60 ou mais anos de idade ou manifestado tumores de mama anteriormente, incluindo um caso de câncer com mastectomia.
Os resultados da pesquisa serão publicados no "New England Journal of Medicine".
Outro estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica revela que um tratamento radiológico nos gânglios linfáticos sob os braços prolonga em mais de 30% o período sem recorrência em mulheres com câncer de mama incipiente que extirparam o tumor.
"Estes resultados poderão mudar a prática clínica", disse o doutor Timothy Whelan, professor de oncologia na Faculdade de Medicina da Universidade McMaster no Canadá e principal autor do estudo, que analisou mais de 1.000 mulheres submetidas a cirurgia para extirpar um tumor incipiente.
A metade recebeu tratamento radiológico na mama onde se encontrava o tumor, e as restantes foram submetidas ao tratamento radiológico nos gânglios linfáticos circundantes. A maioria das participantes também recebeu quimioterapia ou terapia endocrina.
Após um período de acompanhamento de cinco anos, o grupo de participantes submetido à radioterapia completa de mama e dos gânglios linfáticos circundantes mostrou um aumento do período sem recorrência de mais de 30%.
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