Mais de duas mil crianças estão fora das creches e pré-escola
Rondonópolis tem um déficit de 2.063 vagas para crianças de 0 a 5 anos. As filas de espera são longas nas Unidades Municipais de Educação Infantil (Umei), como são chamadas as creches na cidade. Estes locais atendem desde bebês de 4 meses a crianças de 3 anos e há uma demanda reprimida de 1.771 vagas. Já nas Escolas de Educação Infantil (Emei), onde são matriculadas menores de 4 a 5 anos na pré-escola, há necessidade de 292 novas vagas.
Na Umei Pequenos Brilhantes, no bairro Jardim Iguaçu, a capacidade é de 240 vagas e há uma lista de espera de 150 crianças. Muitas pessoas desistem de esperar, como é o caso da vendedora Maria do Nascimento. “Coloquei o nome do meu filho na lista de duas creches da cidade e não consegui nada, tenho que contar com ajuda de parentes para trabalhar”.
A defensora pública Mônica Cajango ingressou com uma ação civil pública com pedido de liminar contra a administração municipal para que a Secretaria Municipal de Educação promova, no prazo de 60 dias, as medidas administrativas necessárias, cabíveis e suficientes para efetuar matrícula das 2.063 crianças. “Aqueles que possuem parentes e amigos ainda conseguem ir ao trabalho, o que tem gerado o aumento do número de acidentes e desaparecimentos infantis, além de denúncias de maus tratos e violência”, explica.
Na ação também foi cobrado que o município efetive convênios com entidades assistenciais e particulares de ensino para que as mesmas façam a prestação emergencial do serviço até que sejam construídas, ou estabelecidas na cidade, as próprias unidades de atendimento.
O prefeito Zé do Pátio se defende e diz que a administração dele foi a que mais construiu creches em Rondonópolis e escolas de educação infantil. “Fizemos três creches e EMEIs, estamos terminando quatro, estamos iniciando mais uma e licitando outras três”.
Ele também ressalta que o município tem parceria com a Cáritas Diocesana e aumentou o repasse de R$ 100 mil para R$ 332 mil para atender mais crianças na rede filantrópica. “A Santa Lúcia, outra instituição filantrópica recebia pouco menos de mil reais e hoje repassamos R$ 11 mil para aumentar a oferta de vagas”.
Pátio admite que a oferta está aquém da demanda, mas conclui dizendo que a gestão dele está acompanhando a procura por mais vagas em creches e escolas acima de gestões anteriores no município.
Comentários