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Polícia
Quarta - 08 de Junho de 2011 às 16:50
Por: Julia Munhoz

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O presidente do Sindicato dos investigadores da Polícia Civil e agentes prisionais de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves da Silva, rebateu as declarações do Governo do Estado de que a categoria já havia sido contemplada com reestruração salarial e afirmou que a classe volta ao trabalho nessa quinta-feira (9) até a próxima segunda-feira (13), quando devem se reunir com o secretário de Administração, Cesar Zilio.

“O governador pode falar o que quiser, mas não é com ameaças que vai intimidar a polícia. Policial não tem medo de ameaças”, afirmou o presidente do sindicato, durante entrevista ao Olhar Direto.

A afirmação é referente ao comunicado divulgado pelo Governo de que o Estado não irá tolerar o movimento de greve e caso o movimento seja declarado oficialmente, medidas judiciais para declarar a greve ilegal serão tomadas. Além de ressaltar que as medidas administrativas para promover descontos dos salários dos grevistas e para responsabilizar os idealizadores do movimento serão tomadas.

Os investigadores e escrivães reivindicam a equiparação salarial da classe com o salário de peritos criminais, que têm salário inicial de R$ 6 mil. Para a categoria o salário inicial é de R$ 2.365.

Atualmente o estado conta com um efetivo de 1.760 investigadores e 380 escrivães em todo o Estado. Eles reclamam do fato de que em muitas delegacias do interiores investigadores cumprirem o papel de peritos, pela falta de efetivo.

“Os peritos são profissionais de nível superior como nós, não correm risco de morte e têm uma folga maior. Por que essa discriminação?”, questionou Cledison.

Um investigador, que preferiu não se identificar, ressaltou que não há uma considerável valorização da categoria, pois muitas vezes o Governo se esquece de que uma investigação surge ‘do nada’ e leva um tempo para se elucidar os casos. “Em casos de homicídio, por exemplo, a gente encontra o corpo sem nenhuma suspeita e até descobrir, quem cometeu o crime, como foi e por que foi leva um bom tempo e somos nós (investigadores) que fazemos esse trabalho”.

Inconstitucional

Nessa terça-feira (7) o Governo do Estado divulgou uma nota afirmando a greve é inconstitucional, pois a categoria foi contemplada com o reestruração da tabela por meio da Lei Complementar nº 344, de 24 de dezembro de 2008, fixando subsídio para os anos de 2008, 2009, 2010 e 2011. A exceção do ano de 2008, quando o subsídio passou a valer a partir do dia 1º de dezembro, nos demais anos a data base foi 1º de maio.

Com a reestruturação da tabela, os investigadores e escrivães receberam um aumento real de 48,66% no valor inicial da tabela, no período entre 2008 e 2011, alcançando o valor inicial de R$ 2.365,55 e final de R$ 5.250,00, além dos 22,21% da revisão geral anual com base no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), totalizando 70,87%, no mesmo período.

Segundo o presidente do Siagespoc, vários ofícios foram encaminhados ao secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado, que não atendeu as reivindicações. Diante da indiferença do secretário a categoria pediu a exoneração de Curado.

 






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