"Prisão do Arcanjo é política", afirma genro de ex-bicheiro
O genro "comendador" João Arcanjo Ribeiro, Giovanni Zem Rodrigues, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, na Correspondência de Rondonópolis, afirma que o ex-bicheiro foi e está e continua preso há oito anos por uma questão meramente política.
“O que o mantém preso são três preventivas (pedido de prisão). Ele é acusado pelas mortes de Sávio Brandão (dono da Folha do Estado), Mauro Manhoso e de dois jovens de Várzea Grande. Mas esta mesma justiça permite que réus confessos e condenados pela Justiça, como Pimenta Neves, fiquem em liberdade e tantos outros exemplos por aí, como empresários de Mato Grosso”, Zem Rodrigues, sem citar nomes.
João Arcanjo Ribeiro é acusado de ser um o principal chefe do crime organizado em Mato Grosso e já foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por crimes contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas e contrabando. Mas o que pesa contra ele e o mantém na cadeia são as acusações de mando de assassinatos.
Na avaliação de Giovanni Zem, há interesses da classe política e do judiciário para que Arcanjo continue atrás das grades. “Há um lobby forte em Brasília para isso”, assegura,sem novamente citar nomes. Ele ainda elogiou o trabalho desenvolvido pela defesa de Arcanjo, o advogado Zaid Arbid, no sentido de mostrar a inocência do sogro.
A esperança da família era de que o ex-comendador deixasse a Penitenciária Federal de Segurança Máxima, em Campo Grande (MS), no início do ano. Contudo, o julgamento de um recurso está prestar a ocorrer e o que se espera agora é que o ex-comendador aguarde em liberdade os júris que deve encarar pelos três processos.
O ex-comendador pretende voltar para Cuiabá quando deixar a penitenciária, garante. “Mas acho que ele não deve assumir os negócios de novo. Quer viver para os netos. Ele já me avisou para aproveitar muito para levar minha filha ao balé, quando ele sair da prisão, ele é quem irá passar mais tempo com as crianças. Seo Arcanjo está com 60 anos, mas a prisão o envelheceu muito”, salientou.
Arcanjo controlava com mão de ferro o jogo do bicho em Mato Grosso e mantinha em sua folha de pagamento, segundo a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Investigação (Abin), coronéis da Polícia Militar, delegados da Polícia Civil, secretários de Estado, agentes policiais e até parlamentares estaduais e federais.
Pelas mãos de Arcanjo, via factorings, passavam incluvsive verbas públicas. Muitos acertos políticos eram pagos e/ou operacionalizados através de seu esquema financeiro.
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