Morte de bebê "gigante" intriga comunidade indígena no estado
A morte de um recém-nascido de 5,3 quilos durante um parto mal sucedido na cidade de Barra do Garças, no leste de MT, intriga a comunidade xavante da região. O fato aconteceu dia 26 de maio, porém somente veio à tona essa semana com a denúncia feita pela família de Maria da Neves, 28 anos, a indigena que perdeu o bebê durante o parto.
Segundo a família, o hospital não se preparou corretamente para o parto e teria obrigado a mãe indigena a fazer o parto normal por várias vezes. Como ela não suportou as dores, foi necessária uma cesariana onde a criança nasceu já passado do horário. O bebê chegou a ser encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas depois faleceu. Maria das Neves deu entrada no hospital de Barra dia 25 de maio.
A família, que é da aldeia Guadalupe, da reserva São Marcos, conta que um médico da UTI disse devido ao tamanho do bebê era necessária uma cesariana.
O diretor do hospital, médico Paulo Raye, classificou o ocorrido como fatalidade. No entanto, o diretor admite que o bebê era muito grande e seria difícil um parto normal. Ele atribui esse erro à falta de exame pré-natal. “As índias não fazem pré-natal e chegam aqui somente para fazer o parto”, ponderou.
A família reclama que não recebeu apoio das lideranças indígenas e nem da Funasa para apurar se houve erro por parte do hospital de Barra do Garças. Eles alegam que foram aconselhados a esquecer o caso.
O cunhado de Maria das Neves, Orlando Xavante, explica que a mulher entrou dia 25 de maio e portanto teria prazo para hospital realizar um exame e verificar o tamanho da criança. A comunidade xavante é uma das maiores de Mato Grosso com aproximadamente 12 mil índios.
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