MST invade 2 fazendas em MT e convoca novos militantes à luta
Duas fazendas consideradas improdutivas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram invadidas na madrugada de terça-feira (14) nos municípios de Cáceres (225 km de Cuiabá) e Glória D’Oeste (312 km de Cuiabá), em Mato Grosso, na região sudoeste.
De acordo com informações da assessoria do MST, mais de 120 famílias estão acampadas na Fazenda Rancho Verde, em Cáceres, e outras 250 entraram na Fazenda Mutum, em Glória d’Oeste. O coordenador estadual do movimento, Genadir Vieira, informou que os invasores são “clientela nova da reforma agrária”.
Segundo Vieira, já houve a ocupação dessas áreas, porém elas são estratégicas para o Movimento. “A Rancho Verde é improdutiva e fica bem próxima à área urbana. A Mutum é muito grande, improdutiva também e fica ao lado da BR-174 de Mirassol”, explicou.
Genadir diz que as famílias entraram pacificamente na Fazenda Rancho Verde, antes do sol nascer e que por enquanto está tudo tranquilo no local. Nilo da Silva, que também é da coordenação estadual do MST, explica que essas famílias estavam vivendo nas cidades próximas. “A maioria está desempregada e há muito tempo, passando por necessidade”.
O MST está convocando outras famílias, que também estejam nessas condições e que queiram se juntar à luta por reforma agrária. “Estamos de porteira aberta nas duas fazendas”, avisa Nilo. As famílias vão permanecer onde estão e devem chamar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para negociar.
Conforme Genadir, homens e mulheres participaram da ocupação e as crianças serão levadas para as fazendas hoje à tarde.
Convocação
Em nota pública emitida para informar sobre as ocupações, o MST chama toda a população à luta por reforma agrária e contra o latifúndio, “pois quem produz alimentos neste país é a agricultura familiar que, mesmo sem os incentivos necessários, produz 75% dos alimentos que consumimos no Brasil”.
O MST acampou durante quase todo o mês de abril no Trevo Lagarto em Várzea Grande, para marcar as Jornadas de Lutas. Mas afirma que ficou isolado, sem o devido respaldo do Governo do Estado e do Incra.
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