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Copa do Mundo 2014
Terça - 14 de Junho de 2011 às 10:22
Por: Ericksen Vital

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Restam apenas três anos para Cuiabá, uma das 12 cidade-sedes da Copa do Mundo de 2014, executar aproximadamente 100 obras do plano de mobilidade urbana orçadas em R$ 600 milhões. O valor não inclui o custo do novo sistema de transporte coletivo público, que ainda está indefinido. A capital de Mato Grosso ainda avalia se vai optar por corredores exclusivos para ônibus ou veículos leves sobre trilhos.

Relatório da Agência de Execução dos Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa), entidade criada no estado para administrar e executar as obras, aponta que de 31 de maio de 2009 até sexta (3) apenas três projetos começaram a ser executados. Dentro da capital, está em andamento a duplicação da Ponte Mário Andreazza. Além desta obra, começaram as duplicações de duas rodovias que ligam a capital às cidades de Chapada dos Guimarães e Santo Antônio de Leverger, dois municípios turísticos.

OBRA

DESCRIÇÃO

CUSTO

PÚBLICO

FINANCIAMENTO

ANDAMENTO

Duplicação da Ponte Mário Andreazza

Ligação viária entre Cuiabá e Várzea Grande R$ 11,5 milhões   Recursos do governo estadual Obra começou em maio e deve ser concluída até dezembro de 2011

BRT Aeroporto/CPA

Ligação viária entre o Aeroporto, o Centro, a região hoteleira e o Centro Administrativo

R$ 317 milhões   Financiamento pela Caixa Econômica Federal Em estudo
Duplicação da rodovia Palmiro Paes de Barros Ligação entre Cuiabá e Santo Antônio de Leverger R$ 21,9 milhões     Obra já iniciada
Travessia urbana Alargamento de pistas, duplicação, construção de viadutos e trincheiras. Acesso à rede hoteleira e à Arena Pantanal. R$ 357 milhões   Recursos do Orçamento Geral da União (Dnit) Em licitação

 

Veículo sobre trilhos ou corredores de ônibus
Dois modelos são avaliados pelo governo estadual para a nova modalidade de transporte público coletivo na região metropolitana. Um deles é o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um tipo de metrô de superfície, e o outro é o BRT (Bus Rapid Transit), sistema de corredores exclusivos para ônibus articulado. O governador Silval Barbosa (PMDB) deve definir o modelo nos próximos dias.

Inicialmente, pensava-se em usar o BRT, por custar menos. O BRT exigiria mais de R$ 400 milhões e VTL não sairia por menos de R$ 1 bilhão, que pode ter parte do recurso vindo do fundo estadual ou de alguma parceria público privada. O VLT teria a capacidade de transportar mais passageiros simultaneamente e faria o mesmo trajeto do BRT em menos tempo.

O modelo do BRT havia sido escolhido por consenso entre a Agecopa, Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) e as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. Porém, grupos políticos começaram a discutir com o governador a possibilidade de usar o VLT. A direção da Agecopa mudou há pouco mais de um mês e o atual presidente Eder Moraes não esconde ser favorável ao VLT. “Se depender de mim, vai ser o VLT. Agora, eu preciso fundamentar esta decisão. Convencer o governador do estado e os dois prefeitos das cidades desta decisão que eu vou tomar. Isso será tomado até dia 12 de junho”.

Importância das obras
Tanto as 100 obras já definidas quanto o novo sistema devem servir para desafogar o trânsito principalmente em Cuiabá, cidade histórica com 292 anos. Em uma volta pelo centro, o motorista ou pedestre logo nota as ruas estreitas e, ao passear pela cidade, observa-se a pequena quantidade de largas avenidas de trânsito rápido. Atualmente existem na capital apenas quatro deste tipo e uma outra via em Várzea Grande, cidade vizinha, que forma com a capital um aglomerado urbano com cerca de 800 mil habitantes.

O presidente da Agecopa, Éder Moraes, explica que há excesso de trâmites burocráticos que precisam ser cumpridos, por exigência da lei, para a execução de cada obra. “Todas as obras relativas à Copa são precedidas de procedimentos que não se tem como evitar, tais como projetos básicos, executivos e licenças ambientais”, justificou o presidente da entidade em entrevista ao G1. Apesar de poucas obras de mobilidade urbana em execução, o presidente da Agecopa garante que as ações estão dentro do cronograma planejado pela entidade.

Viaduto Beira Rio: simulação de como ficará o trecho após implantação de corredor e construção do viaduto (Foto: Agecopa/Divulgação)
Viaduto Beira Rio: simulação de como ficará o trecho após implantação de corredor e construção do viaduto (Foto: Agecopa/Divulgação)

 

Grandes obras
Até agora, não começaram as principais obras estruturantes que estão sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) em Mato Grosso. Dos investimentos previstos, cerca de R$ 357 milhões vêm por meio do órgão federal. O superintendente do DNIT no estado, Nilton de Britto, disse que as obras estão em processo de licitação. “Ainda estamos analisando os documentos. Muitas empresas participam da licitação e esse processo pode demorar. A gente torce para que tudo transcorra com normalidade”, acredita o superintendente.

Nilton de Britto comentou também que as obras federais serão feitas em trechos urbanos de três estradas federais que se interligam às principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande. “São rodovias federais que viraram avenidas”, disse o superintendente. As obras de ampliação e duplicação serão realizadas em avenidas como a Fernando Corrêa da Costa e Miguel Sutil, duas das principais vias de acesso da capital. Além delas, também passará por obra a avenida da FEB, que é conectada a uma rodovia federal.

Desbloqueios urbanos
Em um prazo de até um ano, também serão realizadas 28 obras para desbloquear o trânsito em Cuiabá e Várzea Grande, conforme informou o presidente da Agecopa. Essas obras são necessárias para permitir que o trânsito possa fluir quando as obras maiores estiverem em andamento. Estão previstas intervenções urbanas como pavimentação, construção de pontes, duplicação e alargamento de pistas. Estima-se que só as intervenções vão custar R$ 151 milhões oriundos do governo estadual. Neste valor, ainda não está incorporado o valor das desapropriações das famílias e comerciantes donos de imóveis nas ruas e avenidas que serão modificadas.

As desapropriações vão ficar a cargo da Secretaria Estadual de Apoio às Ações da Agecopa e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O secretário extraordinário Djalma Sabo Mendes Jr. disse que as famílias deverão sair em acordos amigáveis ou por meio de ações judiciais. "Se houver a concordância amigável, já faremos a publicação do termo de conformidade, transferindo o imóvel para o Estado. Caso ele discorde daquele valor que foi oferecido, o Estado ingressa com uma ação de desapropriação onde fica se discutindo o valor, mas isso não impede que as obras iniciem", explicou o secretário.

Simulação de implantação de trevo (Foto: Agecopa/Divulgação)
Simulação de implantação de trevo
(Foto: Agecopa/Divulgação)

O governo já definiu seis locais que serão feitos estudos para desapropriações: avenida Jurumirim, no trecho entre a avenida Ulisses Guimarães e o terminal do CPA 3; avenida Dr. Meirelles, entre as avenidas Arquimedes Pereira Lima e das Torres; rua das Mangueiras, entre as avenidas Carmindo de Campos e Fernando Corrêa; rua Barão de Melgaço, entre as avenidas Oito de Abril e Miguel Sutil; na avenida Senegal, entre as avenidas Historiador Rubens de Mendonça e Juliano Costa Marques; e na própria Juliano Marques, entre a rotatória da avenida Senegal até a Avenida dos Trabalhadores.

Transporte integrado
O consultor internacional de trânsito e diretor técnico da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo em Mato Grosso, Jean Van Den Houte, explicou que o sistema de transporte deve ser um só para as cidades de Cuiabá e Várzea Grande, que são divididas apenas por um rio.

“Precisamos criar uma governança integrada para a região metropolitana que pense em um sistema único de transporte para as duas cidades. Isso é só uma parceria e não significa tirar a autonomia dos municípios”, comentou o presidente da associação de usuários do transporte. Sem precisar números, ele acrescenta que tal medida resultaria em uma redução de até 35% no custo total do transporte.

Sobre a polêmica sobre os dois modelos de transportes, Jean Van é direto ao avaliar que a melhor opção é a da VLT. “Levando em conta o número da população de Cuiabá, o VTL é a melhor opção. O BRT não deveria ter entrado na discussão”, comentou. Mas ele adverte que é preciso fazer um estudo técnico para determinar como vai funcionar o VTL e como serão as linhas alimentadoras da cidade. “Hoje não existem linhas alimentadores suficientes”, disse. Atualmente, uma equipe técnica internacional faz este trabalho a pedido do governo do estado.





Fonte: Do G1 MT

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