Relatório da Agência de Execução dos Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa), entidade criada no estado para administrar e executar as obras, aponta que de 31 de maio de 2009 até sexta (3) apenas três projetos começaram a ser executados. Dentro da capital, está em andamento a duplicação da Ponte Mário Andreazza. Além desta obra, começaram as duplicações de duas rodovias que ligam a capital às cidades de Chapada dos Guimarães e Santo Antônio de Leverger, dois municípios turísticos.
OBRA |
DESCRIÇÃO |
CUSTO |
PÚBLICO |
FINANCIAMENTO |
ANDAMENTO |
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Duplicação da Ponte Mário Andreazza |
Ligação viária entre Cuiabá e Várzea Grande | R$ 11,5 milhões | Recursos do governo estadual | Obra começou em maio e deve ser concluída até dezembro de 2011 | |
BRT Aeroporto/CPA |
Ligação viária entre o Aeroporto, o Centro, a região hoteleira e o Centro Administrativo |
R$ 317 milhões | Financiamento pela Caixa Econômica Federal | Em estudo | |
Duplicação da rodovia Palmiro Paes de Barros | Ligação entre Cuiabá e Santo Antônio de Leverger | R$ 21,9 milhões | Obra já iniciada | ||
Travessia urbana | Alargamento de pistas, duplicação, construção de viadutos e trincheiras. Acesso à rede hoteleira e à Arena Pantanal. | R$ 357 milhões | Recursos do Orçamento Geral da União (Dnit) | Em licitação |
Veículo sobre trilhos ou corredores de ônibus
Dois modelos são avaliados pelo governo estadual para a nova modalidade de transporte público coletivo na região metropolitana. Um deles é o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um tipo de metrô de superfície, e o outro é o BRT (Bus Rapid Transit), sistema de corredores exclusivos para ônibus articulado. O governador Silval Barbosa (PMDB) deve definir o modelo nos próximos dias.
Inicialmente, pensava-se em usar o BRT, por custar menos. O BRT exigiria mais de R$ 400 milhões e VTL não sairia por menos de R$ 1 bilhão, que pode ter parte do recurso vindo do fundo estadual ou de alguma parceria público privada. O VLT teria a capacidade de transportar mais passageiros simultaneamente e faria o mesmo trajeto do BRT em menos tempo.
O modelo do BRT havia sido escolhido por consenso entre a Agecopa, Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) e as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. Porém, grupos políticos começaram a discutir com o governador a possibilidade de usar o VLT. A direção da Agecopa mudou há pouco mais de um mês e o atual presidente Eder Moraes não esconde ser favorável ao VLT. “Se depender de mim, vai ser o VLT. Agora, eu preciso fundamentar esta decisão. Convencer o governador do estado e os dois prefeitos das cidades desta decisão que eu vou tomar. Isso será tomado até dia 12 de junho”.
Importância das obras
Tanto as 100 obras já definidas quanto o novo sistema devem servir para desafogar o trânsito principalmente em Cuiabá, cidade histórica com 292 anos. Em uma volta pelo centro, o motorista ou pedestre logo nota as ruas estreitas e, ao passear pela cidade, observa-se a pequena quantidade de largas avenidas de trânsito rápido. Atualmente existem na capital apenas quatro deste tipo e uma outra via em Várzea Grande, cidade vizinha, que forma com a capital um aglomerado urbano com cerca de 800 mil habitantes.
O presidente da Agecopa, Éder Moraes, explica que há excesso de trâmites burocráticos que precisam ser cumpridos, por exigência da lei, para a execução de cada obra. “Todas as obras relativas à Copa são precedidas de procedimentos que não se tem como evitar, tais como projetos básicos, executivos e licenças ambientais”, justificou o presidente da entidade em entrevista ao G1. Apesar de poucas obras de mobilidade urbana em execução, o presidente da Agecopa garante que as ações estão dentro do cronograma planejado pela entidade.
Viaduto Beira Rio: simulação de como ficará o trecho após implantação de corredor e construção do viaduto (Foto: Agecopa/Divulgação)
Grandes obras
Até agora, não começaram as principais obras estruturantes que estão sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) em Mato Grosso. Dos investimentos previstos, cerca de R$ 357 milhões vêm por meio do órgão federal. O superintendente do DNIT no estado, Nilton de Britto, disse que as obras estão em processo de licitação. “Ainda estamos analisando os documentos. Muitas empresas participam da licitação e esse processo pode demorar. A gente torce para que tudo transcorra com normalidade”, acredita o superintendente.
Nilton de Britto comentou também que as obras federais serão feitas em trechos urbanos de três estradas federais que se interligam às principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande. “São rodovias federais que viraram avenidas”, disse o superintendente. As obras de ampliação e duplicação serão realizadas em avenidas como a Fernando Corrêa da Costa e Miguel Sutil, duas das principais vias de acesso da capital. Além delas, também passará por obra a avenida da FEB, que é conectada a uma rodovia federal.
Desbloqueios urbanos
Em um prazo de até um ano, também serão realizadas 28 obras para desbloquear o trânsito em Cuiabá e Várzea Grande, conforme informou o presidente da Agecopa. Essas obras são necessárias para permitir que o trânsito possa fluir quando as obras maiores estiverem em andamento. Estão previstas intervenções urbanas como pavimentação, construção de pontes, duplicação e alargamento de pistas. Estima-se que só as intervenções vão custar R$ 151 milhões oriundos do governo estadual. Neste valor, ainda não está incorporado o valor das desapropriações das famílias e comerciantes donos de imóveis nas ruas e avenidas que serão modificadas.
As desapropriações vão ficar a cargo da Secretaria Estadual de Apoio às Ações da Agecopa e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O secretário extraordinário Djalma Sabo Mendes Jr. disse que as famílias deverão sair em acordos amigáveis ou por meio de ações judiciais. "Se houver a concordância amigável, já faremos a publicação do termo de conformidade, transferindo o imóvel para o Estado. Caso ele discorde daquele valor que foi oferecido, o Estado ingressa com uma ação de desapropriação onde fica se discutindo o valor, mas isso não impede que as obras iniciem", explicou o secretário.
Simulação de implantação de trevo
(Foto: Agecopa/Divulgação)
O governo já definiu seis locais que serão feitos estudos para desapropriações: avenida Jurumirim, no trecho entre a avenida Ulisses Guimarães e o terminal do CPA 3; avenida Dr. Meirelles, entre as avenidas Arquimedes Pereira Lima e das Torres; rua das Mangueiras, entre as avenidas Carmindo de Campos e Fernando Corrêa; rua Barão de Melgaço, entre as avenidas Oito de Abril e Miguel Sutil; na avenida Senegal, entre as avenidas Historiador Rubens de Mendonça e Juliano Costa Marques; e na própria Juliano Marques, entre a rotatória da avenida Senegal até a Avenida dos Trabalhadores.
Transporte integrado
O consultor internacional de trânsito e diretor técnico da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo em Mato Grosso, Jean Van Den Houte, explicou que o sistema de transporte deve ser um só para as cidades de Cuiabá e Várzea Grande, que são divididas apenas por um rio.
“Precisamos criar uma governança integrada para a região metropolitana que pense em um sistema único de transporte para as duas cidades. Isso é só uma parceria e não significa tirar a autonomia dos municípios”, comentou o presidente da associação de usuários do transporte. Sem precisar números, ele acrescenta que tal medida resultaria em uma redução de até 35% no custo total do transporte.
Sobre a polêmica sobre os dois modelos de transportes, Jean Van é direto ao avaliar que a melhor opção é a da VLT. “Levando em conta o número da população de Cuiabá, o VTL é a melhor opção. O BRT não deveria ter entrado na discussão”, comentou. Mas ele adverte que é preciso fazer um estudo técnico para determinar como vai funcionar o VTL e como serão as linhas alimentadoras da cidade. “Hoje não existem linhas alimentadores suficientes”, disse. Atualmente, uma equipe técnica internacional faz este trabalho a pedido do governo do estado.
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