Eder coloca em xeque trabalho dos outros diretores ao rever projetos
Há quatro meses na presidência da Agecopa, o ex-secretário-chefe da Casa Civil Eder Moraes enfrenta dificuldades para viabilizar projetos considerados fundamentais para desempacar as obras voltadas a preparar Cuiabá a receber jogos da Copa de 2014. Nesta semana, por exemplo, Eder anunciou o replanejamento das intervenções previstas pela agência para desbloquear o trânsito na Capital e em Várzea Grande. A decisão acabou levantando dúvidas sobre a eficiência do trabalho realizado pelos diretores da Agecopa até então.
Eder garante que a medida não compromete o cronograma devido à expectativa de redução no número de desapropriações previstas. Apesar do tom otimista e de evitar novas polêmicas com os seis diretores da Agecopa, a declaração de Eder coloca em xeque a competência dos responsáveis pelas obras. Caso contrário, não haveria necessidade de reavaliação.
Os seis diretores da Agecopa são Yênes Magalhães (Planejamento), Jefferson Castro (Orçamento e Finanças), Carlos Brito (Infraestrutura), Roberto França (Comunicação e Marketing), Yuri Bastos (Assuntos Estratégicos) e Agripino Bonilha Filho (Articulação Institucional). A agência foi criada em outubro de 2009 e, desde então, enfrenta problemas para viabilizar os projetos. Tanto que teve dois presidentes antes da transformação da diretoria colegiada numa pasta vinculada ao governo, com um presidente auxiliado por seis diretores. O engenheiro civil e ex-prefeito de Rondonópolis Adilton Sachatti renunciou à presidência em outubro de 2010, após desavenças com os demais diretores. Com a saída dele, Yênes passou a acumular a presidência com a diretoria de Planejamento.
Diante das cobranças das entidades civis organizadas pela viabilização das obras, o governador Silval Barbosa (PMDB) foi obrigado a colocar seu “braço-direto” no governo para comandar os trabalhos. Eder, entretanto, também vem patinando. Ele adia há semanas, por exemplo, o anúncio do novo modelo de transporte coletivo para Cuiabá e Várzea Grande, apesar de já defender publicamente a implementação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Em contraposição, Yênes e os demais diretores da Agecopa trabalhavam projetos voltados ao Bus Rapid Transit (BRT) desde a criação da agência.
Além de rever o novo modelo de transporte e as áreas a serem desapropriadas, Eder pretende reavaliar os projetos dos centros de treinamento para assegurar que sejam construídos em bairros de maior densidade demográfica. Em princípio estavam previstos dois centros oficiais e um reserva, que seriam construídos em Várzea Grande, na grande CPA e na UFMT. O problema do primeiro é a distância. Já o terreno no CPA é alvo de uma batalha judicial entre o governo e um suposto proprietário. O terceiro depende de uma articulação dos diretores da Agecopa com a reitoria da UFMT.
Ao que parece, os trabalhos de maior envergadura realizados pelos seis diretores da Agecopa tiveram o prazo de validade expirado em 25 de abril, quando Eder assumiu a presidência.
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