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Cidades
Sexta - 17 de Junho de 2011 às 08:30
Por: Geraldo Tavares/DC

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Geraldo Tavares/DC
Ontem, 3 que participaram de ação que culminou na morte de criança tiveram pena decretada em mais de 40 anos
Ontem, 3 que participaram de ação que culminou na morte de criança tiveram pena decretada em mais de 40 anos
O julgamento, nesta semana, de três envolvidos na morte da menina Ana Carolina Nunes de Lima Silva, aos 2 anos de idade, trouxe à tona um problema antigo e que ainda não está sob controle na Capital. As brigas de gangues por controle de território somente neste ano já causaram a morte de duas pessoas no bairro Dom Aquino. Apesar de admitir a existência das brigas, a polícia considera que a sociedade hoje está menos vulnerável à ação.

No ano passado, segundo dados da Polícia Militar, aconteceram três brigas de gangues no bairro Dom Aquino, resultando em duas mortes. Os números se repetiram no primeiro semestre de 2011. Apesar disso, o tenente-coronel Walter Silveira, do 1º Batalhão da PM, acha que a situação melhorou desde 2010. Ele cita três fatores que contribuíram pra isso: a prisão de Adilson Matheus Pereira de Oliveira, conhecido como “Nenê” – um dos envolvidos no episódio da morte da criança -, o início do Plano de Ações de Segurança Pública (PAS) e a instalação de uma base da Rotam (Rota Ostensiva Tática Metropolitana) no bairro.

“A prisão de Nenê coincidiu com o desencadeamento do programa PAS, o que envolveu o cumprimento de muitos mandados de busca em locais onde havia comércio de dorgas. A Rotam também inibiu um pouco as ações”, diz. Ele admite que os atos de violência entre gangues rivais ainda é um problema a ser sanado. “Mas não houve mais situações como a que vitimou Ana Carolina. Nesse sentido, a sociedade está menos vulnerável. As pessoas estão mais seguras hoje do que meses atrás”, pontuou o militar.

Nenê foi preso pela polícia em março do ano passado. Apesar de ter apenas 20 anos, ele responde a cinco processos de crime contra a vida na Justiça, e foi condenado em um deles em abril deste ano. Ele foi considerado culpado pelo assassinato de Jair Júnior Nascimento Maciel, conhecido como “Índio”, em 2007, e condenado a 16 anos de prisão. A vítima fazia parte da gangue Copagás, rival da Aldeia, gangue da qual Nenê fazia parte. A morte aconteceu durante confronto entre os dois grupos. O assassinato de Ana Carolina também teria acontecido durante uma briga entre as gangues.

Na quarta-feira, em julgamento que durou mais de 15 horas, a Justiça condenou Adriano Pereira de Oliveira, de 29 anos, Cléverson Patrick Ferreira do Carmo, de 22, e Ézio Rosa da Silva, de 21, por homicídio, tentativa de homicídio e extorsão. Eles participaram do crime que resultou na morte da criança e deixou outras quatro pessoas feridas.

Adriano foi condenado a 45 anos e seis meses de prisão em regime fechado, enquanto Patrick e Ézio foram condenados a 42 anos cada. Os advogados dos três vão recorrer da decisão e pedirão redução da pena. Valdir Caldas, que defende Ézio, disse que também vai pedir a absolvição de seu cliente pelo crime de extorsão.

Segundo o promotor criminal João Augusto Gadelha, apesar de considerada alta, não foi aplicada a pena máxima. Lembrou que foi uma pena “rigorosa”, pois serve como prevenção à violência. “Serve de alerta para que novos crimes idênticos não voltem a ser praticados. Uma sentença dessa amplitude serve como um inibir para que as pessoas não pratiquem crimes”, destacou. O promotor informou que vai enviar cópia do processo à Vara da Infância e Juventude da Capital para que seja feita denúncia contra o adolescente “J”, de 17 anos, que seria também participante do crime. 

 





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