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Empregos
Domingo - 19 de Junho de 2011 às 10:58

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As manhãs de homologação no sindicato dos trabalhadores de tecnologia da informação de São Paulo dão o tom da rotatividade no mercado de trabalho.

Na sala de espera lotada, dezenas de profissionais esperam a vez para a rescisão do contrato -muitos com novas oportunidades à vista. "Mandei meu currículo e três dias depois estava contratada com muitos benefícios", conta Ricarda Goldoni, 42, que recebeu proposta melhor em sua primeira investida.

Isadora Brant/Folhapress
Fernando Souza, 34, engenheiro da empresa Rossi Residencial
Fernando Souza, 34, engenheiro da empresa Rossi Residencial

Até quem não tem emprego em vista, como Raphael Monje, 24, pede demissão.

"Ainda não sei onde vou trabalhar, mas estava infeliz na empresa e sei que consigo algo fácil", afirma ele.

O panorama de entra e sai de funcionários nas corporações não está restrito ao setor de TI. No Brasil, 8 em 10 profissionais consideram a chance de mudar de emprego neste ano, segundo pesquisa da consultoria Hays com 2.200 pessoas, obtida com exclusividade pela Folha.

"Os números são expressivos e refletem o cenário de oportunidades que existem no mercado", pondera Luiz Valente, presidente da Hays.

"Turnover" provoca inflação de salários

"São cem vagas abertas todos os meses que eu não consigo preencher." É quase em tom de desabafo que o empresário Antonio Rossi, presidente do grupo de tecnologia WA, acrescenta: "A taxa de rotatividade chega a 15%".

Tecnologia da informação é mais um entre os setores com alta rotatividade no Brasil. As áreas de relações com investidores e de construção civil também vivem uma guerra por profissionais, em que vale mapear a concorrência e oferecer propostas tentadoras para atraí-los.

"Os canteiros estão a pleno vapor e a tendência é a necessidade de mais e mais mão de obra", assinala Haruo Ishikawa, vice-presidente de Capital-Trabalho do SindusCon-SP (sindicato da construção civil de São Paulo). Segundo ele, há no país um deficit de 320 mil trabalhadores qualificados nessa área.

O coordenador de obras da construtora Rossi, Fernando Souza, 34, conhece bem a rotatividade do setor. Desde que concluiu o ensino superior, em 2000, passou por cinco empresas do segmento.

Neste ano, no entanto, o profissional bateu seu recorde de permanência em uma construtora: três anos e meio. "Agora não saio mais porque estou nessa função há apenas um ano e tenho muito o que crescer", considera ele, que teve aumento de 25% no salário e está prestes a tornar-se pai pela primeira vez.

Salário maior

"A falta de mão de obra qualificada inflaciona salários e aumenta a rotatividade", diz Luiz Valente, da Hays.

Um gerente administrativo-financeiro com experiência de seis a dez anos, por exemplo, tem salário médio mensal de R$ 12 mil. Um da área de relações com investidores -que luta contra a carência de profissionais- recebe R$ 22 mil por mês, em média, segundo estudo da Hays.

Formada em letras e com MBA em relações com investidores, Sandra Matsumoto, 38, está na área há oito anos.

"Há muitos investidores estrangeiros querendo fazer negócios com empresas brasileiras; é preciso alguém que saiba atendê-los", indica ela, que é gerente da Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos). 






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