As lavouras de milho em Mato Grosso do Sul devem ser colhidas nos próximos dias. A expectativa este ano com a safra de inverno é grande por conta do atraso que houve no plantio. Praticamente metade da área do estado foi semeada fora do prazo de zoneamento. Em Dourados, cidade a 220 quilômetros de Campo Grande, produtores estão satisfeitos com o desenvolvimento do milho.
O agricultor Pedro Lima cultivou 300 hectares de milho safrinha na propriedade que mantém em Dourados. Na época, ele teve que apressar as máquinas no campo para plantar logo depois da colheita da soja, que atrasou por causa do excesso de chuva. O agricultor fez a semeadura até o dia 20 de março, que era o prazo determinado para o plantio.
Com a colheita prevista para o fim de junho, o agricultor está contente com a plantação. Ele espera tirar 80 sacas de milho por hectare. "Em função das geadas, a gente tem que plantar o milho em fevereiro, para não correr tanto o risco", diz.
Em outra propriedade, o milho safrinha ocupa uma área de 450 hectares. O agricultor José Boniatti conta que a lavoura estava indo bem, mas agora está preocupado. A falta de chuva no mês de maio deve comprometer a parte da plantação onde a semeadura foi feita mais tarde. "Pelo preço que está aí hoje, entre R$ 20 a 22, acho que não vai ficar longe disso. A perda desses 15% pelos dias de sol vai compensar no preço", afirma.
Dourados atravessou 38 dias de estiagem, o que gerou muita preocupação entre os agricultores. Ainda mais porque quase metade dos produtores plantou fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola. O milho ainda precisa de mais chuva para se desenvolver bem.
Na semana passada choveu 36 milímetros no município. Pouco para garantir a boa produtividade do milho até o fim do ciclo das lavouras tardias. Mas já trouxe alívio para o produtor. "Em função da falta de chuvas, era para ter perdas até maiores. Mas pelas temperaturas diurnas e noturnas estarem baixas, isso favoreceu a conservação de umidade", explica o engenheiro agrícola Ângelo Ximenes.
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