Câmara de Comércio Brasil-Ásia terá presença permanente no Estado e traz potencial de US$ 20 bi em investimentos
Divisão asiática em MT
Empresários e representantes do governo sul-coreano deram um importante passo na busca pelo fortalecimento das relações comerciais entre asiáticos e mato-grossenses. Na última sexta-feira, a comitiva anunciou que terá uma divisão – um escritório - permanente no Estado para ampliar as compras de grãos (milho e soja) e também acelerar o processo para importação de carne de frango, produto que depende ainda de acordos fitossanitários entre os dois países, como também fomentar o turismo.
Ainda sem uma sede física, a Câmara de Comércio Brasil-Ásia afirma que deu o ‘start’ desta iniciativa e que tem empresas parceiras para realizar a exportação e que por isso a divisão é uma realidade positiva para efetivar o comércio bilateral. O grupo, que neste primeiro momento representa os 20 maiores grupos sul-coreanos, tem à disposição cerca de US$ 20 bilhões para investir no Brasil.
Além de assegurar o abastecimento de commodities (grãos, carnes e minérios) – já que a Coreia do Sul não tem espaço para produzir alimentos -, eles querem mercado para difundir seu know how em tecnologia. Para isso, se utilizam de um argumento forte: “custo e rapidez são características da nossa competitividade”. O país, cercado por ilhas, está construindo cidades, três estão em fase de obras (Songdo, Yeongjong e Cheongna) e levam, em média, cinco anos em planejamento e oito em obras. Todas nasceram sob o diferencial de ‘cidades inteligentes’, onde a qualidade de vida, respeito ao meio ambiente, mobilidade urbana e tecnologia estão presentes no dia-a-dia. E há cidades construídas que hoje reúnem mais de 1 milhão de habitantes. As seis principais regiões são interligadas por mil quilômetros de linha de metrô, dos quais 186 quilômetros foram construídos pela Dohwa, um das empresas representadas na última sexta-feira. Somente o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Ásia, Alex Chung, estava em nome de outras marcas de peso como Samsung, Hyundai, Daelim e Daewoo, esta última tem a intenção de trazer ao Brasil sua divisão de máquinas e implementos agrícolas. “Estamos apresentando oportunidades para solução de problemas como planejamento, urbanismo e rodovias. O Brasil tem uma Copa do Mundo pela frente, assim como Cuiabá. A capital do Estado tem vocação para ser uma ‘cidade inteligente’. Com recursos, planejamento e vontade política, isso poderá ser realidade em seis anos”. Chung frisa que a realidade é uma só para toda a Ásia. “Existem barreiras culturais, linguísticas, mas há simpatia entre os povos. Estamos entendendo o Brasil, agora”. No país, o foco são projetos de infraestrutura.
Na sexta-feira, a comitiva liderada por Chung foi recebida pelo líder do governo, deputado Romoaldo Júnior (PMDB). Impressionado com o domínio de conhecimento dos sul-coreanos, ele se comprometeu a intermediar a ida do governador Silval Barbosa à Coreia do Sul, durante uma missão internacional que será feita ainda neste mês. Chung frisa que os sul-coreanos são apenas os primeiros a oficializar o interesse pelo Estado e pelo Brasil. “Temos demandas de empresários como do Japão e Vietnã. É apenas o começo”.
COMÉRCIO – A Coreia do Sul não integra o rol de países importadores da pauta mato-grossense. Até maio, o continente asiático – maior parceiro do Brasil e do Estado – está representando apenas por China, Tailândia, Vietnã, Hong Kong e Malásia. Dos US$ 4,11 bilhões obtidos com as exportações, US$ 2 bilhões vieram das vendas à Ásia, sendo US$ 1,44 bilhão da China.
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