Às vésperas da Parada Gay, marcada para domingo (26), a Câmara Municipal de São Paulo discute nesta quarta-feira (22) a aprovação, em segunda discussão, do projeto de lei 294/ 2005, do vereador Carlos Apolinário (DEM), ligado a uma igreja evangélica, que institui, no Município de São Paulo, o Dia do Orgulho Heterossexual. A lei determina que a data deverá ser comemorada todo terceiro domingo do mês de dezembro. O PT e o PPS buscam evitar a aprovação do texto, chamado pelo vereador Ítalo Cardoso (PT) de "provocação".
O projeto estabelece que a data passará a constar do calendário oficial do município e afirma que caberá à Prefeitura de São Paulo "conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes", diz o texto.
Autor do projeto, o vereador Carlos Apolinário afirmou que a decisão de apresentar o projeto não tem vínculo com sua atuação religiosa. "Não mistura igreja. Eu sou o vereador Carlos Apolinário. A Assembleia de Deus é uma coisa particular."
Apolinário nega que a lei seja contra a comunidade LGBT. "Hoje se fazem dezenas de leis favoráveis aos gays. Esse meu projeto é muito mais para fazer uma reflexão. Será que os gays querem direitos ou privilégios?", afirmou. Questionado se busca atender ao seu público, Apolinário deixou claro que defende convicções pessoais. "Eu nasci assim e penso assim. É defeito de fabricação", afirmou. Apolinário disse que a escolha do dia foi aleatória. "Poderia ser qualquer outra", afirmou.
O vereador se queixa de que a Parada LGBT foi mantida na Paulista enquanto a Marcha para Jesus foi deslocada da avenida. "Tiraram Jesus da Paulista e deixaram os gays. Eu acho que está errado. Se não pode a Marcha para Jesus, não pode também a Parada Gay."
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