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Polícia
Sexta - 24 de Junho de 2011 às 11:21
Por: Débora Siqueira

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O soldado da Polícia Militar que integrava a Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), Claudemir de Souza Sales, foi expulso da corporação por ter matado por asfixia a amante dele Ana Cristina Wommer, de 24 anos, às margens da BR-364, na região do Distrito Industrial de Cuiabá. Ela estava grávida de 8 meses e morreu com o bebê, uma menina, em trabalho de parto. O assassinato aconteceu no dia 22 de agosto de 2010. Dez meses depois, em 22 de junho, ele perdeu as credenciais de policial.

Conforme depoimento de uma testemunha, Ana Cristina teria procurado o soldado no serviço dele cobrando dinheiro do enxoval do bebê, caso contrário, iria contar o relacionamento extraconjugal que mantinham para a esposa de Claudemir. Ele iria repassar R$ 1,6 mil à vítima na sexta-feira, 19 de agosto, mas deixou para dar o dinheiro no dia seguinte. No sábado, ela teria saído com ele para comprar remédio para azia. Sales não teria repassado o dinheiro e prometeu para domingo, no dia do crime.

A testemunha relata no domingo pela manhã havia 12 chamadas não atendidas de Ana Cristina no celular dela, mas quando retornou o telefone tocou e ninguém atendeu as chamadas. Preocupada, a amiga teria ido até o Batalhão do Porto atrás de Sales. Conforme a mulher, nervoso, tremendo e suando frio ele teria dito que não via Ana Cristina Wommer há cinco dias. A quebra do sigilo telefônico do policial provou a versão da testemunha

Para a Comissão de Disciplina da PM, a testemunha disse que Ana Cristina teria confidenciado a ela que Sales não queria a criança, pois poderia estragar a vida dele e tiveram a idéia de tomar Citotec, para causar aborto, mas o policial não teria dado dinheiro para compra do medicamento.

“A crueldade e frieza do acusado, que não tem limites, pois, mesmo depois de matar a vítima (Ana) se apropriou do seu celular, e com intuito de buscar um álibi para se esconder da autoria do crime, continuou no dia 22.08.10 (domingo), efetuando ligações do celular da vítima, para o seu próprio celular, visando com isso simular uma situação de que a vítima não estaria morta e que permaneceu durante todo o dia, lhe atormentando, sendo registrada a última ligação às 20h52min desse dia”, diz o trecho do despacho assinado pelo comandante geral em substituição legal, coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro.

Um dia depois do crime, o policial teria ido a um lava-jato recomendando ao lavador a caprichar porque iria vender o carro, um Gol preto. O lavador sentiu um forte odor e o policial disse que teria carregado miúdos de boi, retirou o tampão e pediu que fosse lavado. Não retornou mais. O lavador assistiu a matéria do assassinato na TV e viu o rosto do policial. Chamou o patrão, que acionou a polícia.

Conforme relatos contidos na portaria nº 260/QCG/DGP, que trata da expulsão do soldado, a defesa dele teria tentado impedir o andamento do processo no Conselho Disciplinar. Por mais de quatro vezes advogado e acusado não compareceram à sessão ou teria recusado a assinar intimações. Um dos principais pontos questionados é de que o comandante geral da PM, coronel Osmar Farias, em entrevista à imprensa teria reprovado a conduta do policial emitindo juízo de valor.

A defesa ainda sustentou que não se pode culpar o acusado em depoimentos prestados em autos de inquérito policial elaborado pela Polícia Civil, que os exames periciais realizados não são conclusivos. Também alegou que o filho que a vítima esperava não pertencia ao acusado, sobressaindo dúvida de envolvimento de outra pessoa que poderia ter cometido tal crime. Ainda pediu que o processo fosse sobrestado até o julgamento pela justiça.






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