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Polícia
Sexta - 24 de Junho de 2011 às 11:29

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Edivaldo Sá/Repórter News
Colegas de trabalho estiveram no sepultamento de Weslei, em Nortelândia: agente morre em rebelião
Colegas de trabalho estiveram no sepultamento de Weslei, em Nortelândia: agente morre em rebelião

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deverá solicitar, nos próximos dias, a exumação do corpo do agente prisional Wesley da Silva Santos, 24, morto durante rebelião, na segunda-feira (20), na Penitenciária Central do Estado, no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá.

Na declaração de óbito do agente consta que sua morte foi provocada por um tiro de espingarda calibre 12, mas a diretoria do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Wesley morreu em razão de um "golpe de instrumento perfuro- cortante".

Nesse caso, seria faca artesanal, confeccionada com pedaços de metal. Esse tipo de arma é chamada pelo sistema prisional de "chuço".

Diante da divergência, a DHPP deverá solicitar ao Ministério Público Estadual (MPE) que entre com um pedido de exumação do cadáve do agente prisional. Caso o pedido seja aprovado, o novo exame será realizado por três peritos nomeados pela Justiça.

“Estamos fazendo de tudo para que isso (a exumação) aconteça”, informou o delegado Antônio Carlos Garcia, titular da DHPP.

O MPE designou dois promotores de Justiça para acompanhar as investigações. Os trabalhos serão realizados pelos promotores Reinaldo Rodrigues ilho, que atua na Central de Inquéritos do MPE, e Rubens Alves de Paula, das nas Promotorias de Execução Penal.

Rebelião e morte

Wesley Santos e o detento Uenes Brito dos Santos, 22, foram mortos durante o início de um motim,  na manhã de segunda-feira (20), na Penitenciária Central do Estado (PCE). O laudo de necropsia, do detento, no entanto, não sofreu alteração.

Segundo informações do diretor metropolitano de Medicina Legal, Jorge Caramuru, a causa morte foi por hipovolemia (perda excessiva de sangue causada pelo ferimento do coração, ocasionado pelo golpe de chuço).

De acordo com o laudo, o agente Wesley da Silva Santos sofreu ferimento contuso, com entrada no oitavo espaço costal direito com lesão do estômago, diafragma e ventrículo esquerdo do coração, causado por instrumento perfuro contundente ("chuço").

Ainda conforme o novo documento, o agente penitenciário também sofreu ferimento no antebraço esquerdo, com fratura e ápice do pulmão direito, causado por projétil de arma de fogo calibre 12.

Em relação à causa morte do reeducando Uenes Brito dos Santos, o laudo atesta lesão dos grandes vasos ilíacos à esquerda, com perda excessiva de sangue (hipovolemia), causado por projétil de arma de fogo calibre 12.

Os policiais da DHPP apreenderam os chuços, durante a rebelião, mas não havia indícios de que tenham sido utilizados para perfurar o agente prisional. Eles disseram ainda que foram retirados três balotes (fragmentos de chumbo) do corpo do agente prisional.

Crise institucional

A divulgação do laudo causou uma crise entre a Polícia Judiciária Civil e a Coordenadoria Metropolitana de Medicina Legal, pois, com a informação de que não houve morte do agente por tiro, os policiais militares envolvidos na ação não poderão ser investigados.

Foi levantada a suspeita de que houve negligência por parte dos policiais que participaram da operação.

Com o novo documento, a culpa pelo morte do agente e do preso deve recair apenas sobre os detentos que participaram do motim. Eles, entretanto, negam tenham ferido o agente prisional.

Despreparo

Tristeza e emoção marcaram o sepultamento de Weslei, na terça-feira (21), à tarde, na cidade de Nortelânda (253 km a Médio-Norte de Cuiabá). Colegas de trabalho viajaram de Cuiabá, num ônibus fretado, e se juntaram a outros lotados na região para dar o último adeus ao agente. A informação é do site Repórter News.

Weslei foi nomeado pelo Governo do Estado há pouco mais de um mês - no dia 18 de maio -, para trabalhar como agente prisional. A informação confirmada pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional de Mato Grosso, João Batista Pereira de Souza, que também se fez presente em Nortelândia.

Segundo ele, o rapaz ainda não estava preparado para trabalhar na função: ele estava em seu terceiro plantão e não trabalhou as 400 horas exigidas antes de começar a atividade.

O secretário-adjunto de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Genilton Nogueira, esteve presente no velório e, depois, acompanhou a cerimônia de sepultamento, no Cemitério Jardim da Saúde, em Nortelândia.






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