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Política
Sexta - 24 de Junho de 2011 às 20:05

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O prefeito da cidade italiana de Nápoles, Luigi de Magistris, determinou que caminhões de lixo da cidade sejam escoltados por policiais armados.

A medida do prefeito foi tomada depois que moradores incendiaram toneladas de lixo acumuladas nas ruas durante a noite para protestar contra a falta de coleta.

Os bombeiros tiveram que combater 55 focos de incêndio, alguns deles em montes de lixo que ultrapassavam os dois metros de altura.

Mais de 2.000 toneladas de lixo estão nas ruas de Nápoles e, devido ao clima quente nesta época do ano, moradores em algumas partes da cidade precisam usar máscaras por causa do mau cheiro.

MÁFIA

O prefeito culpa a máfia local, a Camorra, pela crise e disse que os mafiosos se infiltraram nas companhias que recolhem o lixo em Nápoles.

Justificando sua decisão de ordenar escolta para os lixeiros, Magistris afirmou que alguma coisa tinha que ser feita, devido ao aumento da tensão na cidade.

Em uma entrevista para o jornal italiano La Repubblica, ele afirmou que o crime organizado está colocando os moradores de Nápoles em uma situação de risco.

"Vários grupos querem que Nápoles continue enterrada sob o lixo (...) por razões políticas ou devido a interesses ilegais", afirmou o prefeito nesta sexta-feira.

Magistris também acusou o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, de não ajudar a cidade, afirmando que ele "lavou as mãos, como Pôncio Pilatos".

No entanto, segundo o correspondente da BBC em Roma Duncan Kennedy, o governo de Nápoles também não investiu em novos aterros para depositar o lixo e novos incineradores.

OPOSIÇÃO

Luigi de Magistris, de um partido de oposição a Berlusconi, foi eleito em maio em uma eleição em que os italianos demonstraram sua insatisfação com o governo do primeiro-ministro.

Berlusconi chegou a mobilizar o Exército para ajudar na coleta do lixo em maio depois que moradores atearam fogo em montes de lixo.

Mas o governo italiano não conseguiu aprovar um decreto que permitiria que o lixo de Nápoles fosse transportado para outras regiões.

O problema é mais antigo que o governo de Berlusconi e a infiltração da máfia no gerenciamento do lixo é apenas parte deste problema, segundo o correspondente da BBC.

Duncan Kennedy afirma que a falta de verbas para uma solução de longo prazo, nos governos local e nacional, também impede a resolução do problema.






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