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Sábado - 25 de Junho de 2011 às 21:16

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Há pelo menos 20 dias, a cidade de Barretos (423 km de São Paulo) está sem uma empresa responsável pela coleta seletiva de lixo. Moradores da cidade têm misturado o lixo reciclável ao orgânico para não acumular o material em casa.

Segundo o prefeito reeleito, Emanoel Mariano Carvalho (PTB), a empresa responsável pela coleta seletiva rompeu o contrato após alegar "prejuízo" com o serviço. Ele mesmo diz que o modelo da primeira licitação foi ineficaz.

A prefeitura estima que Barretos produza 50 toneladas de recicláveis por mês. Sem a separação correta nas casas e comércios, o lixo segue para o aterro sanitário.

Em novembro de 2009, a coleta seletiva da cidade foi anunciada como parte do programa Município Verde.

Pela proposta, a separação do lixo estava vinculada a um desconto de 10% no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Cada casa e ponto comercial recebeu um cartão com códigos de barras, nome e endereço. Eles eram lidos a cada coleta, por um sistema óptico, para depois registrar o desconto no imposto.

  Silva Júnior/Folhapress  
Funcionários trabalhan em usina de reciclagem; coleta seletiva em Barretos está suspensa
Funcionários trabalham em usina de reciclagem; coleta seletiva em Barretos está suspensa

Na sexta-feira (24), a Folha esteve na usina de triagem, local para onde os recicláveis são enviados. Segundo a coordenadora Elizabete Aparecida de Souza, cinco toneladas de recicláveis chegam da rua todos os dias --10% do que é gerado pela cidade.

A usina tem capacidade de reciclar 300 toneladas de lixo por mês, o suficiente para a demanda, mas, segundo o próprio prefeito, faltam funcionários.

Pilhas de papelão, plásticos e outros materiais se acumulavam ao redor da prensa. Elizabete diz que, para conseguir prensar todo o material que chega, seria necessário dobrar o número de funcionários na usina.

"Temos dez catadores, mas seriam necessários de 15 a 20", diz Elizabete.

CATADORES

Enquanto a coleta seletiva não se reestrutura, catadores recolhem os materiais recicláveis das calçadas.

Paulo Roberto Toge, 43, conhecido como Milão, diz que depois de a prefeitura implantar a coleta seletiva, ele tinha renda de R$ 300 vendendo papelão e plástico para reciclagem.

Agora, com a suspensão do serviço, a renda está em torno de R$ 500.

Nesta semana, a Câmara aprovou o requerimento do vereador da oposição André Rezek (PMDB), pedindo explicações sobre o caso.

O parlamentar é sobrinho do ex-prefeito Uebe Rezek (PMDB), atual secretário de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo.

A administração de Barretos terá 15 dias para se pronunciar sobre o caso.

OUTRO LADO

O prefeito Emanoel Mariano Carvalho (PTB) confirmou que a empresa que venceu a licitação para recolher material reciclável em Barretos rompeu o acordo há 20 dias.

Segundo Carvalho, a empresa alegou prejuízo porque a coleta estava mais cara que a venda do material. "O modelo da primeira licitação foi ineficaz, porque se a empresa não tem lucro, não vai trabalhar", diz.

O prefeito afirma que a licitação era provisória, com renovação a cada três meses.

Segundo Carvalho, apesar do imbróglio, a coleta seletiva não foi suspensa porque a prefeitura assumiu o trabalho. No entanto, ele reconhece que há problemas. "Os caminhões da prefeitura estão coletando o lixo, mas os funcionários não dão conta [de toda a demanda]", diz Emanoel Carvalho.

De acordo com o prefeito, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente está preparando uma nova licitação que deverá abranger toda a coleta de lixo da cidade.
Esta licitação incluirá o lixo comum e o reciclável e deverá substituir o contrato atual, que vence em seis meses.

A Folha procurou o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Mauri Trevisan, para ter detalhes dos contratos, mas não conseguiu localizá-lo.






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