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Polícia
Domingo - 26 de Junho de 2011 às 13:25
Por: RAQUEL FERREIRA

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Conforme delegados da PF, grupo marcava crimes nos dias que os PMS parceiros estavam de plantão
Conforme delegados da PF, grupo marcava crimes nos dias que os PMS parceiros estavam de plantão

Novas investigações mostram que os policiais militares Elson Luis da Silva Moraes e Reverton Nobres da Silva, presos na operação "Balista" deflagrada pela Polícia Federal, atuavam diretamente em furtos, roubos e arrombamentos de caixas eletrônicos.

Eles e outros 16 presos na operação participam nesta segunda e terça-feira da audiência de instrução e julgamento pelos crimes de formação de quadrilha, roubo e posse irregular de arma de fogo e munições.

  • As sessões ocorrerão no Fórum de Várzea Grande e serão presididas pelo juízo da 2ª Vara Criminal. Trinta e cinco testemunhas devem ser ouvidas. Diante da periculosidade dos réus, a Polícia Federal e a PM montaram um forte esquema de segurança.

    Inicialmente, os policiais eram apontados como responsáveis por oferecer apoio à quadrilha liderada pelos irmãos Genivaldo de Souza Machado, Genildo de Souza Machado e Gilmar de Souza Machado. A primeira denúncia contra Elson e Reverton afirma que eles monitoravam o policiamento nas áreas em que ocorreriam os crimes, alertavam a quadrilha, além de auxiliar o bando no transporte de drogas e aquisição de armas.

    Porém, novas investigações, que resultaram em um Termo de Aditamento à denúncia, mostram que os PMs atuaram diretamente em pelo menos 4 crimes entre os meses de fevereiro e março de 2011. Na nova denúncia, também são citados Edinho Rodrigues de Macedo, Vagner Souza Silvestre, Fábio de Jesus Barbosa Júnior, Genivaldo, Michael Queiroz de Araújo e Jéssica Ramos de Arruda.

    Conforme o Ministério Público, as novas descobertas ocorreram por conta da quebra do sigilo telefônico dos acusados e foram confirmadas por Vagner durante depoimento. As gravações mostram que no dia 16 de fevereiro Elson e Reverton, em companhia de Vagner, Fábio e outras pessoas não identificadas, renderam o vigia José Antônio Filho, que cuidava de um posto de combustíveis de Várzea Grande e roubaram 1.145 carteiras de cigarros, 12 chips de celulares, 53 bombons, uma CPU e uma quantia de R$ 2.405.

    O segurança foi amarrado e trancado dentro do banheiro, que teve a parede quebrada pelos assaltantes que queriam ter acesso ao escritório do posto. No local, eles quebraram as câmeras de segurança e sistema de alarmes, arrombando o cofre para ter acesso ao dinheiro.

    Oito dias depois do assalto ao posto, no dia 24 de fevereiro, Elson e Reverton participaram do arrombamento do caixa eletrônico do supermercado Comper, de onde roubaram R$ 180 mil.

    Nesta ação, Edinho, Michael e Fábio arrombaram a porta do supermercado, renderam os funcionários e iniciaram a abertura do caixa eletrônico com maçarico.

    Conversas entre os policiais apontam que Genivaldo havia encomendado o crime e Elson chega a cobrar o líder da quadrilha sobre a partilha do dinheiro, ao que ele se refere como "repartir o bolo de aniversário". As gravações apontam ainda que os PMs avisam Vagner que o roubo não foi comunicado à Polícia e que "não radiou no rádio, pode ficar até o dia clarear".

    O MP afirma ainda que os PMs ficaram insatisfeitos com a quantia recebida pelo crime, alegando que haviam sido roubados R$ 180 mil.

    Outro caixa eletrônico também foi alvo da quadrilha, mas o crime não chegou a ser concretizado. No dia 6 de março, Genivaldo, Michael, Vagner e os 2 policiais tentaram furtar o caixa eletrônico da Prefeitura de Várzea Grande. A movimentação dentro do terminal levantou suspeita e a guarda do Fórum acionou a Polícia.

    Informação que foi repassada por Elson aos comparsas pedindo para eles "saírem vazado e ficarem esperto", porque a PM já sabia que eles usavam um carro sedan e as roupas que trajavam.

    As gravações telefônicas mostram ainda a atuação do bando no assalto à Denteclin, de onde foram levados R$ 6 mil, uma televisão de 42 polegadas e um computador. Segundo a denúncia, Jéssica era funcionária da empresa e orientou Vagner, Edinho e outro comparsa não identificado que pegassem o dinheiro. Além de repassar as informações sobre localização do valor, Jéssica deu as chaves do local para os bandidos.

    Segurança - O MP denuncia que irmãos Machado eram responsáveis por planejamentos de roubos a caixas eletrônicos, comércios e caminhões e definiam a expansão do negócio ilegal. O bando se uniu em outubro de 2010 e cometeu dezenas de crimes em Cuiabá e Várzea Grande. Também pertence à quadrilha Gefti Ferneda, Luis Barreto Leite, Lissandro Paternez Martins, Liz Angélica Paternez Martins, Romildo Fernandes da Silva, Airis Gonzaga da Silva, Ana Cristina Pereira da Silva e Ronaldo Lemes da Silva.

    Considerado um grupo perigoso, com grande influência, as Polícias Militar e Federal farão a segurança nos 2 dias de audiência para garantir a ordem pública e evitar problemas. A PF foi chamada porque entre os réus existem policiais militares.

    As testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas na segunda-feira, a partir das 9h. Os réus serão ouvidos no dia seguinte. Oito acusados serão intimados sobre nova denúncia pelos crimes de roubo a mão armada.





  • Fonte: A GAZETA

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