Ex-PMs, pistoleiros são acusados de matar empresário em outubro de 2000
Célio e Hércules serão julgados amanhã por assassinato

O ex-cabo PM Hércules Araújo Agostinho e o ex-soldado Célio Alves de Souza serão julgados amanhã (29) pelo assassinato do empresário Mauro Sérgio Manhoso, executado a tiros em outubro de 2000.

Ele teria sido morto por, supostamente, estar tentando implantar uma espécie de raspadinha que iria concorrer com o jogo do bicho em Cuiabá e Várzea Grande. O bicheiro João Arcanjo Ribeiro, denunciado como mandante, será julgado em outra oportunidade, uma vez que o processo foi desmembrado.

O julgamento, presidido pela juíza Mônica Catarina Perry de Siqueira, está marcado para iniciar às 8 horas e a previsão que só terminará no início da madrugada. O Ministério Público Estadual (MPE) será representado pelo promotor criminal João Augusto Gadelha.

As investigações apontam que Arcanjo pagou R$ 8 mil pela morte de Mauro Manhoso. Desse total, R$ 3 mil chegaram ao bolso do ex-cabo PM Hércules Araújo Agostinho, que participou da execução junto com o ex-soldado Célio Alves de Souza.

Mauro Manhoso era dono da Prodados, empresa que prestava serviços de informática e fornecia programas de computador para a realização de bingos. Manhoso e seu sócio, Warnes Padovani, teriam a intenção de lançar no mercado uma raspadinha, o que contrariava os interesses de Arcanjo, detentor, até então, do jogo do bicho no Estado, por meio da Colibri Loterias.

Manhoso tinha acabado de sair da sua empresa, a Prodados, e ia buscar sua filha na escola. Por volta das 18h30, ao descer a rua Desembargador Ferreira Mendes, próximo à esquina com a Barão de Melgaço, dois homens, aproveitando o trânsito lento, emparelharam a moto e começaram a atirar.

Foram nove disparos nas costas, braço e cabeça. O carro do empresário, um Saveiro, desceu a rua e bateu 40 metros abaixo na calçada do antigo prédio da Assembléia Legislativa, onde hoje funciona a Câmara Municipal da Capital. Os assassinos fugiram, entrando na contramão da avenida Dom Bosco, conforme revelou uma testemunha.