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Política
Segunda - 04 de Julho de 2011 às 14:07
Por: João Negrão, de Brasília

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O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, passou a manhã desta segunda (4) em reunião com o ministro Alfredo Nascimento e outros assessores. Pagot reluta a aceitar o afastamento dele e de mais três integrantes da cúpula do ministério determinado pela presidente Dilma Rousseff (PT), após denúncia da existência de um esquema de distribuição de propina no órgão, conforme reportagem da revista Veja desta semana.
 
Pagot e Nascimento, único mantido no cargo, negam as irregularidades. O afastamento ainda não foi oficializado, já que precisa ser publicado no Diário Oficial da União. Os outros afastados foram: Mauro Barbosa da Silva, chefe de Gabinete do Ministro; Luís Tito Bonvini, assessor do Gabinete do Ministro; e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec. A publicação deve acontecer nesta terça (5).

Enquanto isto, Pagot se articula como pode para evitar a medida estabelecida pela presidente, até que se apure as denúncias. Na reunião com o ministro, da qual teria participado também o senador Blairo Maggi (PR), o diretor-geral pediu a Nascimento para que interceda junto à presidente Dilma contra o afastamento.

Trata-se de uma tarefa um tanto quanto difícil, já que o próprio ministro vem se equilibrando na “corda bamba” há dias. Agora, depois do afastamento de seus auxiliares, é iminente a sua queda, conforme avaliou um deputado do PR do Amazonas ligado ao ministro. Ele acredita que a origem das denúncias está relacionada a aliados que desejam o Ministério dos Transportes.

“É coisa do PT ou do PMDB, que não se conformam em não terem um ministério tão importante. As denúncias não se sustentam”, afirmou o parlamentar ao RD News na manhã desta segunda. Para o deputado, o partido continuará sendo alvo de novas denúncias “fabricadas” pelo “fogo amigo”. “Até derrubarem de vez o ministro e ganharem o ministério”, emendou o parlamentar. 

Já a cúpula do PR, tanto de Mato Grosso quanto em nível nacional, não se pronunciaram sobre o assunto. Maggi mandou dizer, ainda no domingo, por intermédio de sua assessoria, que não vai comentar nada sobre o episódio. Ele passou a manhã incomunicável inclusive com seus assessores diretos. A presença dele na reunião de Pagot com Nascimento não foi uma surpresa.
 
     Eis, abaixo, a nota emitida no sábado (2) pela assessoria de Comunicação do Ministério dos Transportes: 
     "Sobre a reportagem “O mensalão do PR”, publicada pela revista Veja na edição que circula nesse fim de semana, o Ministério dos Transportes informa o que segue:
     O Ministro de Estado dos Transportes, Alfredo Nascimento, rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes. A preocupação e o cuidado com a correta administração do bem público é uma das marcas da sua vida pública e, especialmente, de suas gestões à frente da Pasta.
     Diante da relevância do relato publicado pela revista e da ausência de provas, Nascimento decidiu instaurar uma sindicância interna para apurar rápida e rigorosamente o suposto envolvimento de dirigentes da Pasta e seus órgãos vinculados nos fatos mencionados pela revista. Além de mobilizar os órgãos de assessoramento jurídico e controle interno do Ministério dos Transportes, o ministro decidiu pedir a participação da Controladoria-Geral da União (CGU). As providências administrativas para o início do procedimento apuratório serão formalizadas a partir da próxima segunda-feira, 04/07.
     Para garantir o pleno andamento da apuração e a efetiva comprovação dos fatos imputados aos dirigentes do órgão, os servidores citados pela reportagem serão afastados de seus cargos, em caráter preventivo e até a conclusão das investigações. Alfredo Nascimento já comunicou sua decisão à Presidência da República. O desligamento temporário dos servidores Mauro Barbosa da Silva, Chefe de Gabinete do Ministro; Luís Tito Bonvini, Assessor do Gabinete do Ministro; Luís Antônio Pagot, Diretor-Geral do DNIT; e José Francisco das Neves, Diretor-Presidente da Valec; será formalizado a partir da próxima segunda-feira, 04/07, pela Casa Civil da Presidência.
     No que diz respeito ao monitoramento da execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro dos Transportes informa ter tomado – a partir de janeiro, quando reassumiu a Pasta – as providências desejáveis ao aperfeiçoamento gerencial do programa, com vistas a reduzir custos de obras e da contratação de projetos. Tal preocupação atende não apenas a necessidade de efetivo controle sobre os dispêndios do Ministério, mas também a determinação de acompanhar as diretrizes orçamentárias do governo como um todo. Característica de sua passagem pelo governo federal em gestões anteriores e, obedecendo à sua postura como homem público, Alfredo Nascimento atua em permanente alinhamento à orientação emanada pela Presidenta da República”.

Secretaria de Comunicação do ministério dos Transportes





Fonte: RD News

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