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Política
Segunda - 04 de Julho de 2011 às 16:02

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Senadores da oposição defenderam nesta segunda-feira a demissão do ministro Alfredo Nascimento (Transportes), depois das denúncias de um suposto esquema de superfaturamento de obras e pagamento de propina envolvendo servidores da pasta e de órgãos ligados ao ministério.

A presidente Dilma Rousseff decidiu manter Nascimento no cargo depois de afastar quatro integrantes da cúpula da pasta.

"A presidente deu um passo, mas não é o suficiente. O fato exige o afastamento do ministro até os esclarecimentos. Tudo isso é consequência do loteamento de cargos entre partidos", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou que o esquema de corrupção no ministério é anterior à posse da presidente Dilma, por isso a petista deveria afastar Nascimento --que assumiu o cargo na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Todo mundo sabe desse esquema, que inclui até pagamento de mensalão. Não vejo outra maneira a não ser o afastamento de toda a cúpula [do ministério] incluindo o próprio ministro", disse o peemedebista.

A oposição também apresentou nesta segunda-feira pedido de convocação de Nascimento na Comissão de Infraestrutura do Senado para explicar as denúncias. DEM e PSDB querem ouvir ainda o diretor-geral afastado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, para falar sobre as denúncias.

Com maioria na Casa, os governistas vão tentar derrubar a convocação.

"Vou aguardar a orientação do governo. A presidente já determinou a investigação", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

O líder disse que o governo não teme represálias do PR nas votações do Senado depois que Dilma afastou nomes do partido no ministério. "Se mandou investigar para ver o que acontece. Mas não tememos nenhum efeito no Senado."

CPI

Em outra ofensiva, a oposição vai tentar instalar CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar denúncias de irregularidades no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito). No ano passado, o senador Mário Couto (PSDB-PA) reuniu assinaturas para instalar a comissão --mas ela acabou arquivada sem sair do papel.

"O senador vai voltar a colher assinaturas para a instalação da CPI e terá apoio total do partido", afirmou Dias.

O líder do PSDB ainda prometeu encaminhar pedido ao Ministério Público para investigar as denúncias envolvendo a cúpula dos Transportes.

O esquema de corrupção no Ministério dos Transportes foi revelado pela revista "Veja". Entre os servidores afastados estão Pagot e o diretor-presidente da Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.), José Francisco das Neves.

Os órgãos são responsáveis por obras vitais para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O Ministério dos Transportes faz parte da cota do PR, partido da base aliada e que faz dobradinha com o PT desde o primeiro governo Lula. O partido tem 40 deputados federais e cinco senadores. 






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