Homero quer oportunidades iguais para a lei de fidelidade partidária

Diante da polêmica que tomou conta do Congresso com a proposta do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que eliminou a migração para nova sigla como justa causa para desfiliação partidária causando instabilidade entre as lideranças que já anunciam uma debandada para o PSD, que está sendo criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o deputado federal Homero Pereira (PR), defende uma nova proposta.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na última quarta (29) a proposta de Demóstenes, a matéria deve ir a plenário e depois será encaminhada à Câmara Federal, onde a discussão promete ganhar outro tom. “O mínimo que deveria existir é igualdade de oportunidade”, destacou Homero.

Ele reconhece que a possibilidade de mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato é uma janela aproveitada por muitas lideranças que estão insatisfeitas em seu partido, no entanto, a justa causa não deve se limitar apenas à criação de uma nova sigla, e sim abrir oportunidades para a migração para partidos já existentes também.

“Eu sou da opinião que se puder ir para um partido que está em processo de fundação, seja estabelecido um prazo para que os insatisfeitos mudem para outros partidos também”, explicou o parlamentar. Sua ideia é que, diante da criação de um novo partido, estabeleça-se um período de, por exemplo, 30 dias, para a troca de legendas.

“Existem pessoas que estão indo para o PSD só porque estão insatisfeitas com seu atual partido, mas não significa que queiram, necessariamente, militar na nova sigla. Estão apenas aproveitando a oportunidade”, disse.

Homero chegou a ser sondado para migrar de partido, mas afirmou que vai se manter entre os quadros republicanos. Ele foi uma das lideranças do PPS que, em 2006, aproveitou esta mesma janela para mudar de partido, quando o PR nasceu da fusão entre PL e Prona. Agora, seu partido tenta conter as lideranças que pretendem adotar a mesma postura.