“Já, com a sua mãe”, foi a resposta do espectador. “Senti que o clima pesou e tentei jogar a piada para o meu lado dizendo: ‘Vaca não voa’. Quando eu vi, ele já tinha subido no palco. Levei um murro na cara, ele me derrubou, fomos parar na coxia, com ele me batendo”, relembra o comediante.
O agressor foi rendido e a apresentação de Ludmer, encerrada. Os comediantes escalados para o show seguiram a apresentação da noite, enquanto vítima e agressor foram parar no 77º Distrito Policial, no Centro. Na delegacia, Ludmer conta que o agressor afirmou que as piadas eram preconceituosas contra judeus, nordestinos e negros.
“Meu estilo é autodepreciativo. Eu começo o show dizendo: ‘Sou judeu, gordo, nordestino, mágico e estou em dúvida quanto à minha orientação sexual. Aí, resolvi parar de tomar sol para não virar banquete de skinhead’. Faço piada comigo mesmo”, diz o comediante.
Na noite do sábado, Ludmer retomou a apresentação e fez piada sobre o ocorrido. “Constrangedor mesmo foi ficar entalado na máquina de tomografia”, disse, referindo-se novamente ao fato de ser gordo. “A gente está aí para isso, para dar a cara a tapa.”
Quanto ao desenrolar da agressão daqui para frente, Ludmer fala sério. “Isso não tem como ficar impune. Eu não levei esse murro sozinho. Uma classe inteira [de artistas] levou o murro”, diz o comediante, que subirá novamente no palco do Teatro Folha no próximo dia 15.
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