Perim solicita bloqueio dos bens de prefeito cassado Milhomem
A defesa do prefeito de Alto da Boa Vista, Wanderley Perim (PR), deve ingressar nesta terça (5) com um pedido de bloqueio dos bens do antecessor Aldecides Milhomem (DEM), cassado por abuso de poder econômico durante o pleito de 2008. O pedido é baseado em dados da auditoria realizada nas contas da prefeitura desde que o republicano assumiu o cargo. Entre as irregularidades está o pagamento de mais de R$ 19 mil em diárias ao democrata depois que o TRE decidiu pela sua cassação, em abril.
Segundo Perim, se forem somados todos os valores desde o início do ano, o valor ultrapassa R$ 58 mil. "Em 2009 foram R$ 100 mil. Ele estava ganhando mais em diárias do que com o próprio salário, cerca de R$ 10 mil por mês", reclama o republicano.
A auditoria encontrou também irregularidades em licitações, entre elas na contratação de uma empresa para realizar o transporte escolar. O serviço teria custado ao erário municipal cerca de R$ 800 mil, mesmo com a prefeitura possuindo ônibus próprios. De acordo com Perim, o caso já havia sido denunciado pelo próprio vice de Milhomem, o também cassado Antônio Mamed Jordão, o Alemão (PPS).
Outro indício de fraude ocorreu na contratação de uma empresa de informática. A data do contrato é de 2009, mas a empresa havia encerrado suas atividades 5 anos antes. Dos R$ 200 mil empenhados para o pagamento do suposto serviço prestado por ela, R$ 116 mil foram pagos.
Milhomem garante que as irregularidades apresentadas por Perim são fatos criados na tentativa de desviar a atenção da Justiça das denúncias que ele fez contra o republicano. "Ele está querendo confundir as pessoas dizendo que fui cassado por improbidade, mas o meu processo era um caso eleitoral, não tinha nada a ver com isso", enfatiza.
Enquanto Perim acusa Milhomem, o democrata também levanta uma série de fatos contra o republicano. Ele afirma ser vítima de uma suposta quadrilha que teria fraudado suas contas de campanha para, mais tarde, ingressar com o pedido de cassação do mandato. Entre os envolvidos no esquema estariam ainda contador Max Aldebrandi e o chefe do cartório eleitoral da 15ª Região, Anderson de Oliveira Zarcon.
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