Senadores aprovam convite para ministro explicar denúncias
Também foram convidados a depor o diretor-afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, o presidente afastado da Valec, José Francisco Neves e dois assessores de Nascimento --que também deixaram os cargos. Os convites são de autoria dos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
Paralelamente aos convites, a oposição protocolou na Comissão de Infraestrutura do Senado pedido de convocação de Nascimento. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), disse que vai defender a aprovação da convocação se Nascimento não atender aos convites da Casa até quinta-feira - quando a comissão se reúne.
"Se o ministro vier antes de quinta como convidado, retiramos o requerimento de convocação. Se não vier, o requerimento pode ser aprovado. Como convocado ou convidado, o importante é que ele venha se explicar", disse o tucano.
Ontem, em nota, Nascimento disse que está à disposição do Congresso para prestar as "explicações necessárias" sobre as denúncias na pasta. Deputados e senadores do PR, partido do ministro, também protolocaram convites para que ele venha depor no Congresso - numa estratégia para evitar a sua convocação.
O senador Blairo Maggi (PR-MT) protocolou hoje convites nas Comissões de Fiscalização e Infraestrutura do Senado para o ministro se explicar.
As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes, no Dnit e na Valec incluem um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina que beneficiaria o PR. O partido controla a pasta desde o governo Lula e é um dos principais aliados do governo.
No sábado, com a divulgação das denúncias pela revista "Veja", quatro integrantes da cúpula do ministério foram afastados por determinação de Dilma. Apesar das acusações, Dilma decidiu manter Nascimento no cargo.
CPI
A oposição deu início nesta terá-feira à coleta de assinaturas para instalar CPI no Senado com o objetivo de investigar as denúncias de superfaturamento no Ministério dos Transportes, Dnit e Valec. Com minoria na Casa, os oposicionistas admitem que vão precisar do apoio de senadores da base governista para atingir o número mínimo de 27 assinaturas necessárias para que a CPI saia do papel.
"Já temos o apoio de alguns senadores dissidentes da base, como Pedro Taques e Ana Amélia. Vamos continuar a busca por assinaturas", disse o líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO).
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