Tôrres, que desde 1978 representa Itamar Franco no Pacotão, tradicional bloco de carnaval de Brasília, disse que vai representar o ex-presidente vestido de anjo na festa de 2012.
"Vamos fazer a despedida no ano que vem, no carnaval de 2012. Vou me vestir de anjo e desfilar pela última vez representando o Itamar", afirmou. Tôrres disse que sentiu um "choque" ao ser informado da morte do ex-presidente. "Foi um choque, mexeu comigo, fiquei bastante abatido", disse Tôrres.
Segundo Tôrres, Itamar "adorou" sua apresentação em 2011 no Pacotão.
"O Hargreaves [Henrique, ex-ministro e amigo do ex-presidente] me disse que o Itamar adorou minha apresentação". No carnaval de 2011, Tôrres vestiu terno branco, desfilou em carro aberto e enviou acenos e beijos para os integrantes do bloco. "Participo do bloco desde o ano da fundação, em 1978. Este ano estou contente porque o Itamar voltou a Brasília", afirmou na ocasião.
Encontro
Tôrres disse que havia combinado com Hargreaves uma visita ao ex-presidente.
"Já tinha ligado para o Hargreaves para marcar uma visita. Estava tudo certo, mas o presidente ficou doente. Depois, quis viajar a São Paulo mas o Hargreaves me disse que por recomendação médica ele [Itamar] não poderia receber visitas. Infelizmente não pude vê-lo pela última vez".
Ele disse que se encontrou com Itamar várias vezes nos últimos anos. "Nunca fui ao Palácio do Planalto no período em que ele foi presidente, mas nos vimos em vários eventos públicos. Encontrei ele também algumas vezes no Congresso. Ele sempre foi muito simpático comigo".
Sósia do ex-presidente Itamar Franco desfila no bloco Pacotão no carnaval de 2011 (Foto: G1)Lembranças
Tôrres lembrou o período em que Itamar não exercia cargos públicos e tentou retornar à Presidência da República. "Em 1998, quando ele não era mais nada, ele disputava a pré-candidatura à Presidência pelo PMDB e ninguém foi recebê-lo no aeroporto, aqui em Brasília, só eu e o Paes de Andrade", disse.
"Quando ele [Itamar] me viu, abriu um sorriso e me abraçou", relembrou Tôrres.
Na convenção do PMDB, em março de 1998, o partido decidiu abrir mão de candidatura própria e apoiar a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso.
No mesmo ano Itamar se elegeu governador de Minas Gerais e se tornou oposição ao governo de FHC.
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