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Cidades
Quinta - 07 de Julho de 2011 às 15:59
Por: ISA SOUSA

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O descaso com a Saúde Pública reflete na morte de crianças em aldeia xavante de Mato Grosso
O descaso com a Saúde Pública reflete na morte de crianças em aldeia xavante de Mato Grosso

Sessenta crianças indígenas, menores de cinco anos, da etnia xavante, morreram em Mato Grosso, em 2010, vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e infecciosas. Os óbitos aconteceram na terra indígena São Marcos, no município de Campinápolis (658 km a Leste de Cuiabá).

Com esse índice, o Estado é o campeão em mortes infantis de indígenas, correspondendo a 65% de todo o país. No total, foram 92 as vítimas, divididas em 19 no Amazonas, duas no Maranhão, uma em Mato Grosso do Sul, quatro em Minas Gerais, uma em Santa Catarina, três em Tocantins e uma no Pará.

Os dados são do relatório "Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil", divulgado nesta semana. O documento foi elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Segundo o estudo, o principal motivo que teria gerado o caos instalado na Saúde de Mato Grosso foi o desvio de verba, nos últimos quatro anos, pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Fundo Nacional de Saúde (FNS). O valor seria de R$ 14 milhões.

A falta de recurso e o número relevante de óbitos no Estado significam, segundo o Cimi, um abandono e descaso "enorme".

"O descaso e o abandono são enormes. Em 2009 e 2008, também houve, na mesma região, um grande número de mortes de crianças xavantes, mas nenhuma providência foi tomada, apesar de todos os avisos e apelos encaminhados pelos indígenas e por entidades indigenistas", revelou o documento.

A respeito do desvio, o relatório ponderou que a Controladoria-Geral da União (CGU) apurou o fato e cerca de 10% do valor encaminhado para Saúde no município de Campinápolis foram aplicados corretamente em 2010. Exemplo da falta de desvio seria lotação da Casa de Saúde Indígena (Casai).

"De acordo com missionários do Cimi que acompanham os indígenas da região, muitos ofícios foram entregues ao poder público relatando a situação de abandono, mas nada foi feito. Afirmam, ainda, que o atendimento piorou muito quando ficou definida a mudança do atendimento à saúde da Funasa para Sesai-Secretaria Especial de Atendimento à saúde Indígena.

Segundo eles, no período de Natal, não havia ninguém no Pólo de Saúde de Campinápolis e muitos idosos que tomam remédios regulamente não puderam ser atendidos.

Outro lado

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi procurada pelo MidiaNews, porém, até o fechamento desta reportagem, a direção do órgão não retornou as ligações.






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