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Polícia
Quinta - 07 de Julho de 2011 às 23:27

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Ednilson Aguiar/Secom-MT
Evangélicos são beneficiados com uma ala específica para eles no presídio
Evangélicos são beneficiados com uma ala específica para eles no presídio

Relatório da Comissão de Direitos Humanos, ligada ao Centro Burnier de Fé e Justiça, aponta situação caótica do Centro Ressocialização de Cuiabá, o Carumbé, como depósito de humanos e a condição precária da unidade viola os direitos humanos. No espaço 1470 presos se amontoam no local que cabe 398. A superlotação é de quase quatro vezes a capacidade. Há celas para 10 pessoas sendo ocupada por 32 ou mais.

Dentre as irregularidades constatadas e contidas no relatório estão a misturar na mesma cela presos condenados, provisórios e psiquiátricos, não há vestuário do sistema prisional aos presos e não é cedido material de higiene pessoal. Os presos reclamaram que a comida servida é fria e ruim. Alguns detentos cozinham na cela como alternativa. A água é racionada.

Na unidade há esgoto à céu aberto, as instalações elétricas e hidráulicas exigem reforma imediata, pois já colocam a vida dos presos em risco. Os sanitários são coletivos e precários, agravando de certa forma as questões de higiene.

Há uma única enfermaria mas falta de equipamentos e equipe de saúde. O único consultório odontológico está desativado por falta de material de esterilização essencial para atendimento e não há ambulância no presídio.

A promiscuidade e a desinformação dos presos, sem acompanhamento psicossocial, levam à transmissão de diversas doenças infecto-contagiosas, já que muitos deles sofrem de HIV, sífilis, hanseníase e tuberculose, colocando em risco a vida de quem está sadio. Presos que estão em cadeiras de rodas alegaram que nunca foram encaminhados para tratamento adequado e fisioterapia.

Por outro lado, a comissão constatou que alguns serviços funcionam dentro da unidade. Há espaço para encontro íntimo, alguns detentos trabalham dentro da unidade, há quatro salas de aula/informática destinadas ao ensino fundamental e médio, para poucos, porque falta estímulo para educação no presídio, além da falta de material. Os reeducandos da ala evangélica têm acesso à assistência religiosa e tem ala específica.

Para Itacir Rodrigues de Campos, advogado, membro da Associação de Defesa dos Direitos do Cidadão (ADDC) e da comissão de Direitos Humanos que visitou o presídio, todos os problemas identificados violam os direitos humanos dos reeducandos. “Faço minhas as palavras do doutor Luiz Flávio Gomes: ‘o sistema penitenciário brasileiro é uma bomba-relógio que corre o seriíssimo risco de gerar incontáveis explosões, com tragédias humanas incalculáveis’."

A comissão vai continuar visitando unidades prisionais, fazendo um diagnóstico do setor. A visita no Presídio do Carumbé foi realizada no dia 17 de maio e acompanhada pelo secretário adjunto de Direitos Humanos, Genilto Nogueira, com a presença da Diretora Adjunta do Presídio, Bromídia Maria da Silva. O objetivo da visitas é verificar o cumprimento dos direitos e a existência de condições dignas e humanas aos reeducandos, conforme determina a legislação brasileira.
 






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