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Política
Sexta - 08 de Julho de 2011 às 14:08
Por: Romilson Dourado

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Blairo Maggi só vai dar resposta oficialmente à presidente Dilma Rousseff quanto ao convite para assumir a pasta dos Transportes entre terça e quarta-feira, após o seu afilhado político Luiz Antonio Pagot prestar esclarecimentos na Câmara e no Senado acerca das denúncias sobre irregularidades no ministério e nos órgãos vinculados. Enquanto isso, avalia com familiares e seus sócios do Grupo Amaggi se não trará complicações quanto a financiamentos com o governo federal se vier a ocupar a cadeira de ministro.

O senador chegou a Rondonópolis nesta sexta e, de imediato, convocou uma reunião com diretores do grupo de conglomerado de empresas, especialmente da Hermasa Navegação da Amazônia. Ele quer saber de todos os financiamentos junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e a outras instituições. Avalia cada situação. Acontece que, uma vez atuando como ministro, suas empresas ficarão impedidas de contrair financiamentos desses bancos. Deverá, inclusive, se afastar temporariamente do quadro de acionistas do grupo tocado por membros da família. Se concluir que os seus negócios empresariais podem sofrer impactos negativos por causa das limitações quanto às operações financeiras, é provável que Maggi desista de se tornar ministro.

Num primeiro momento, o ex-governador mostrou resistência em dizer "sim" ao convite da presidente, feito ainda na quarta (6) à noite, assim que ela decidiu pela exoneração do ministro Alfredo Nascimento, do mesmo PR de Maggi e que ficou numa situação insustentável por causa das denúncias. Na conversa com Dilma, por telefone, Maggi disse que teria dificuldades em assumir a pasta, primeiro, por se tratar de um ministério "complicado" e, segundo, devido aos negócios de suas empresas, pois possui financiamento e parcerias até com a Marinha.

No dia seguinte, Dilma voltou a manter contato com o senador mato-grossense, reforçando o convite. Apelou até à questão da civilidade e observou que Maggi deveria assumir o cargo de ministro para "contribuir para com o desenvolvimento do país". Diante do apelo, o senador ponderou que iria avaliar o convite com mais calma. Combinou que daria resposta até a próxima quarta (13). Dilma nomeou, então, para responder como ministro interinamente o secretário-executivo Paulo Sérgio Passos.

    Efeito Pagot

Maggi preferiu postergar a decisão para aguardar também o depoimento de Pagot na próxima terça. Ele vai prestar esclarecimentos na Câmara e no Senado. Ex-secretário de Infraestrutura, Casa Civil e Educação do governo Maggi, Pagot é um dos implicados no escândalo batizado de mensalão do PR. A "bomba" estou com uma reportagem da revista Veja, ao denunciar que representantes do PR e funcionários da pasta e de órgãos vinculados ao ministério montaram um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por empreiteiras.

Foram citados, além de Pagot, o próprio chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do ministério, Luiz Titto Bonvini, e o presidente da estatal Valec, José Francisco, o Juquinha. De imediato, a presidente Dilma afastou todos das funções. O ministro Alfredo Nascimento caiu depois. Dilma quer manter a pasta com o PR e Maggi passou a ser sua opção preferida.





Fonte: RD News

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