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Educação
Sábado - 09 de Julho de 2011 às 08:00

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Aprovados nos últimos exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contam como se prepararam para passar na prova. O último exame, realizado em dezembro de 2010, reprovou 88% dos 104.126 participantes. Apenas 12.534 candidatos foram aprovados. A prova anterior teve índice de reprovação parecido.

A primeira fase do próximo exame está marcada para 17 de julho, das 14h às 19h. A segunda fase está prevista para 21 de agosto. Na primeira, cairão 80 questões de múltipla escolha. Eram cem até o último exame. Segundo o edital, caem nessa prova disciplinas do eixo de formação profissional, de direitos humanos, do Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina. É preciso acertar 50% da prova para ir à segunda fase.

A segunda etapa, ou prova prático-profissional, terá uma peça profissional, como petições, mandados de segurança e recursos, e quatro questões sobre a área escolhida pelo aluno. As áreas podem ser: tributária, penal, civil, constitucional, administrativo, trabalho ou empresarial. O candidato deve tirar no mínimo seis, da nota que vai até dez, para passar. A Fundação Getulio Vargas (FGV) é responsável pela elaboração e aplicação do exame.

Veja histórias de jovens aprovados:

Vanessa Antunes Kuhlmann, que passou na segunda tentativa no exame da OAB (Foto: Arquivo pessoal)
Vanessa Antunes Kuhlmann, que passou na
segunda tentativa no exame da OAB
(Foto: Arquivo pessoal)

Intensivão
A advogada Vanessa Antunes Kuhlmann, de 25 anos, fez o primeiro Exame de Ordem no final de 2009, quando estava no último semestre da faculdade. Não passou. “Estava finalizando o curso e não deu para estudar muito”, disse. Tentou novamente no primeiro semestre de 2010. O resultado saiu em agosto do ano passado. Passou. “É uma sensação indescritível ver o seu nome na lista. A vida se divide entre antes e depois da OAB.”

Para se preparar, começou um “intensivão” em um curso preparatório um mês antes da primeira fase. As aulas incluíam apanhados de todas as matérias e resolução de questões dos últimos exames. Trabalhava durante o dia e à noite ia assistir às aulas. Em casa, estudava e escrevia peças processuais para serem corrigidas pelos professores.

Fez a primeira fase em quatro das cinco horas disponíveis. “Era muito cheia de pegadinhas, de rodapé de leis, coisas muito específicas”, disse Vanessa. Mesmo assim, saiu confiante. Acertou 53 das cem questões.

Para a segunda fase, escolheu a área de direito do trabalho, que é a que mais gosta. Treinou muita escrita. “Você tem que saber escrever de forma clara”, afirmou Vanessa, que trabalha em uma instituição financeira em São Paulo, onde aplica, principalmente, o direito civil. Tirou 7,1. A nota máxima é dez.

Ex-aluna da Universidade São Francisco (USF), Vanessa disse achar que a faculdade prepara mais os alunos para a vida prática e menos para o exame da OAB. A monografia e as práticas jurídicas, obrigatórias no último ano do curso, também afastam o estudante da teoria exigida no exame, segundo a advogada. “Por isso decidi fazer curso preparatório. Lá, o foco era só para a prova. Eu fazia questão de ir a plantões e tirar todas as dúvidas que apareciam.”

Dedicação
Bruno Santana, de 25 anos, ainda nem saiu da faculdade e já foi aprovado pelo exame da Ordem dos Advogados do Brasil. O mineiro, que mora em Belo Horizonte, diz que a dedicação do aluno é um dos pontos fundamentais para conseguir ser admitido na OAB-MG.

“Ainda nem formei, estou no 10º período. Se não me engano, pode fazer (a prova) no nono e no décimo período. Com o certificado de aprovação no exame da Ordem dos Advogados, e os outros requisitos, como formatura, colação de grau, idoneidade moral, e outros, aí sim, você tem o direito a ser habilitado nos quadros da OAB”, explicou.

Santana contou como se preparou para as duas etapas do exame. “Na primeira etapa, estudei por conta própria. Tirei 70, e o mínimo era 50. Fiz um mês de cursinho para a segunda etapa. Nesta prova, você escolhe uma das disciplinas e faz a segunda etapa segundo essa matéria escolhida na inscrição. Eu fiz sobre Direito Penal. Tirei 8,75 em 10", contou.

O formando em direito considera ser bem mais difícil passar na prova se o aluno não se dedicar. “A faculdade é importante, mas, na minha opinião, o aluno tem que ter disciplina. Ele não pode achar que a faculdade vai ser suficiente. O aluno tem que se dedicar”, ensina o recém-aprovado.

Vencer o nervosismo
Carolina Trautwein, de 24 anos, do Paraná, foi aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na segunda tentativa. Ela contou ao G1 que, além da dificuldade da prova, o nervosismo foi outro fator a ser vencido para ingressar na Ordem.

“Quando eu passei, quase não acreditei. Eu tinha muito medo de olhar a lista e não ver o meu nome”, disse Carolina. Ela conta que, após a reprovação no primeiro teste, foi difícil voltar a estudar. “Eu sentia vergonha de entrar no cursinho”, lembrou.

Para ser aprovada, a receita foi o estudo. Carolina fez cursinho para a primeira e para a segunda fase do exame, além de rever toda a matéria em casa. “Eu trabalhava durante o dia, saía às 17h do trabalho, estudava até as 19h e assistia as aulas até as 22h30. Além das aulas sábado de manhã”, conta.

Carolina acredita que o cursinho foi necessário para a aprovação, já que a faculdade não preparou adequadamente para o exame. “A faculdade vê muita doutrina, mas na prova da Ordem eles pedem a letra da lei”, explicou.

Toda a dedicação foi recompensada, e, segundo Carolina, é a receita para quem vai tentar os próximos exames. “Vai ter que sentar, estudar, perder final de semana”, sentencia.
 





Fonte: Do G1

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