Maggi orienta Pagot a não polemizar
O senador Blairo Maggi (PR), ex-governador e padrinho político do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infrastrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o orientou a não criar mais polêmicas durante o depoimento que prestará na Câmara e no Senado nesta terça (12). Pagot deve responder tecnicamente às perguntas feitas pelos parlamentares, ressaltar que apenas cumpriu ordens e que os trâmites eram extremamente burocráticos.
Pagot, pretende provar que, devido à burocracia, tudo o que fez foi com o conhecimento e a aprovação do grupo coordenador das obras do PAC e do Ministério do Planejamento. Maggi e Pagot passaram horas reunidos em Rondonópolis, durante este final de semana, para acertar os detalhes do depoimento do ex-diretor, que na primeira gestão do republicano como governador de Mato Grosso respondia pelo apelido de "trator" pelo grande poder de articulação e de resolver os "abacaxis" da gestão Maggi.
Segundo o senador, Pagot vai ao Congresso tentar mostrar que as denúncias de superfaturamento não são reais. Acontecem de forma totalmente diferente. Quanto ao fato de afirmar que apenas cumpria ordens, é porque, conforme Maggi, ele é um executivo, não um formulador. Ele executa ordens.
Pagot chegou a ser afastado, junto com outros quatro membros da cúpula do PR: Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete; Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete; e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec. Ele mostra-se inconformado com a maneira como o Planalto tem lidado com a situação.
Sobre Pagot pesam graves denúncias de superfaturamento de obras. O Dnit é o principal executor de obras do Ministério dos Transportes. Mais de 80% das licitações de rodovias e outras intervenções rodoviárias estão sob a responsabilidade do órgão. Os outros cerca de 20% são obras delegadas a entes federados, como Estados, Municípios e outros organismos federais, como o Ministério da Defesa, por meio das Forças Armadas.
Maggi foi convidado pela presidente Dilma Rousseff (PT) para assumir o Ministério dos Transportes, no lugar de Alfredo Nascimento, também envolvido no escândalo e que "caiu" junto com Pagot. O republicano, porém, não assumirá o cargo porque só o fato de ter sido sondado para a vaga já lhe trouxe inúmeros prejuízos econômicos e políticos, já que a imprensa nacional vem divulgando insistentemente as mazelas de sua administração no Estado.
O senador chegou a fazer campanha nos bastidores pela permanência de Pagot no órgão e isso o carimbou mais ainda como protetor do homem acusado de envolvimento em esquema de propina, conforme denunciou a revista Veja.
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